"Não estão levando a sério" diz profissional sobre isolamento contra coronavírus em Cachoeiro - Jornal Fato
Cidades

"Não estão levando a sério" diz profissional sobre isolamento contra coronavírus em Cachoeiro

Em relato exclusivo, a incompreensão que pode custar vidas


Imagem Ilustrativa

Cachoeiro de Itapemirim é um retrato do Brasil, no enfrentamento ao coronavírus. Após os decretos do governo do Espírito Santo e da prefeitura que dispõe sobre o fechamento de empresas do comércio e serviços e autoriza determinados segmentos em caráter especial, o que se vê são muitas pessoas desrespeitando as orientações. Tudo que é possível se fazer está sendo determinado, contando agora com o essencial apoio da população.

Em entrevista exclusiva, um dos profissionais que está de plantão em Cachoeiro de Itapemirim, sul do Espírito Santo, revelou ao jornal FATO a frustração em ver a baixa adesão de parte população aos comunicados: "São pessoas egoístas, que não estão levando a sério os riscos do covid-19" desabafa.

Por razões óbvias, manteremos nosso entrevistado no anonimato, mas seus relatos são impressionantes.

"Estamos indo de porta em porta, encarecidamente orientando as pessoas e pedindo por favor que compreendam esse momento e mantenham seus estabelecimentos fechados".

Mas no lugar da compreensão e respeito às recomendações, os argumentos de quem insiste em abrir estabelecimentos para clientes "curtirem a noite são no mínimo insanos": "Quem vai pagar minhas contas no final do mês, prefeitura e governo não vão me sustentar". Diante destes debates com paciência, os profissionais ainda insistem: "Vocês tem que cuidar da saúde para aí sim terem condições de superar os prejuízos depois. Agora não".

Os serviços essenciais estão determinados no decreto publicado pelo prefeito de Cachoeiro Victor Coelho.

Mas ao invés de terem o apoio da população, o que se vê é o total desrespeito à vida humana. "A todo o momento recebemos informações de bares, lanchonetes, locais lotados de pessoas nos bairros convivendo como se não houvesse nada. Não estão levando a sério. Se ficarem doentes, não adoecerão sozinhas" lamentam os profissionais que estão percorrendo todo o município tentando fazer essa conscientização.

Durante nossa entrevista dois chamados foram feitos para atender denúncias de dois locais que não essenciais mas estavam operando normalmente. Mais uma vez as equipes se deslocam para a missão difícil de orientar algo que é óbvio, mas não respeitado.

"A situação é séria. Pode não estar acontecendo nada agora com a pessoa, mas o vírus fica aí. Cada ser humano tem um tipo de organismo. O vírus pode se manifestar a qualquer momento. Estamos fazendo um serviço preventivo, tentando evitar o que aconteceu na Itália. Um triste exemplo de falta de cuidados básicos de prevenção" comenta nosso entrevistado.

Depois deste alerta, fica o aviso ao mundo que de que é preciso se isolar, cuidar da saúde para não propagar o covid-19 e que possamos voltar o mais rápido às nossas vidas.

"Nosso trabalho é esse, exaustivo, comprometido mas feito com dedicação e carinho. É triste ver que tem gente que não entende, não respeita o próximo e vive hoje como se não houvessem riscos". Finaliza este profissional, que como milhares de heróis em todo o mundo, expõem sua saúde para cuidar da humanidade.

COMO DENUNCIAR

A Prefeitura de Cachoeiro está intensificando a fiscalização para verificar o cumprimento da determinação pelos setores implicados no decreto que proíbe o funcionamento de boa parte do comércio cachoeirense até o próximo sábado.

Para denunciar estabelecimentos que estão descumprindo a medida, os cachoeirenses podem ligar para o 190 (Ciodes) ou usar a página da Ouvidoria Geral do Município, no portal www.cachoeiro.es.gov.br (clique, sequencialmente, em: 'Ouvidoria', 'Ouvidoria Geral' e 'Denúncia').

No primeiro dia de vigência do decreto, há denúncias, nas redes sociais, sobre bares que descumprem a medida.

Apenas supermercados, farmácias, lojas de ração e postos de combustíveis podem funcionar sem restrições. Lanchonetes, restaurantes e padarias devem reduzir o atendimento a 40% de sua capacidade, embora não esteja claro como será a fiscalização deste percentual.

 

NOTA:

Em nome do Jornal FATO agradecemos e homenageamos todos os profissionais da saúde e autoridades e demais segmentos que estão lidando diretamente com os atendimentos ou enfrentamento à disseminação do coronavírus.

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