Empresa explica atraso em obra da orla de Piúma - Jornal Fato
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Empresa explica atraso em obra da orla de Piúma

Condições do solo e demora nas licenças prejudicaram cronograma, segundo disse dono de empreiteira à CPI das Obras Públicas e Privadas


Foto: Ellen Campanharo

A demora para obtenção de licenças e a qualidade do solo da orla de Piúma foram apontadas pela empreiteira Mississipi como os principais problemas na execução da obra de recuperação do local. 

A empresa foi ouvida novamente pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que Investiga obras públicas e privadas no Espírito Santo, nesta segunda-feira (17), no Plenário Rui Barbosa, na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales).

O colegiado, que investiga o atraso no cronograma da obra que foi autorizada em agosto de 2019 e deveria ser entregue em maio desse ano, recebeu um dos donos da empresa, Iraguara da Silva Pereira, e o engenheiro responsável pelo trabalho, Pedro Henrique Bento Gonçalves. 

De acordo com Pereira, o trabalho está em andamento e os atrasos são por motivos técnicos e não por problemas com os trabalhadores, conforme alegado anteriormente.  "A situação com nossos colaboradores foi sazonal e prontamente resolvida, tanto que o canteiro funciona normalmente", disse. 

Segundo o engenheiro Pedro Henrique Gonçalves, o principal empecilho foi a grande dificuldade na escavação e estaqueamento devido à rigidez das rochas encontradas no solo de Piúma e  à altura do lençol freático. 

Ele explicou que, além da lentidão no processo de escavação, foi necessário rebaixar o lençol freático com a instalação de bombas de drenagem que funcionam 24 horas por dia. De acordo com Gonçalves,  a obra, que foi dividida em "cinco segmentos" já está no segundo. 

"Se continuar nessas condições e se, o solo colaborar, podemos acelerar o trabalho e, provavelmente em cinco meses será possível entregar a nova orla para a população", afirmou Gonçalves. 

Entenda

A autorização para o início das obras de recuperação da orla de um dos principais destinos turísticos do Estado foi assinada no dia 13 de agosto do ano passado, com previsão de entrega em nove meses.  

O trabalho é fruto de convênio firmado entre governo do Estado, via Secretaria de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb) e Executivo Municipal. O valor inicial era de R$ 4.619.334,90 e caiu para R$ 3.501.070,42 após a conclusão do processo de licitação.

A empresa chegou a ser notificada pela Prefeitura e, em dezembro, a CPI acionou o proprietário da Mississipi Empreendimentos, Selvi José Carboni, para explicar atrasos no cronograma da construção, que envolve um muro de contenção e recuperação de calçadas e ciclovias. Mas o empresário não respondeu aos questionamentos. 

Soluções

De acordo com o presidente da CPI, Deputado Marcelo Santos (PDT), o colegiado vai sugerir à Prefeitura estudar em conjunto uma solução para acelerar a conclusão da obra.  

O parlamentar lembrou que a obtenção das licenças estava a cargo do Executivo, conforme consta no edital. Em função do atraso na liberação, a Prefeitura também tem de debater o problema, na opinião do pedetista.

"Há um esforço enorme em viabilizar dinheiro para obras. Precisamos dar uma resposta à população sobre uma obra que já era para estar concluída", afirmou. 

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