Aos 83 anos, a empresária Maria da Conceição Castelar de Souza foi eleita, nesta semana, a Cachoeirense Ausente Número 1 deste ano, e será uma das principais homenageadas na Festa de Cachoeiro, no mês de junho.

Atualmente, ela reside em Vitória, mais foi em Cachoeiro que, ao lado do marido, Severino Matias de Souza, fundou as o grupo Itapuã, com 155 lojas espalhadas pelo país, sendo sete delas em Cachoeiro.

Em entrevista exclusiva ao jornal FATO, ela conta sobre as lembranças que guarda de Cachoeiro, de como recebeu o título, que pretende receber pessoalmente, caso suas condições de saúde permitam. Confira!

 

Jornal FATO - Dona Maria da Conceição, vamos começar com lembranças do tempo em que a senhora morou em Cachoeiro. O que a senhora guarda desse tempo?

Maria da Conceição Castelar: Eu tenho muitas lembranças do tempo em que morei em Cachoeiro, onde junto com meu marido dei início em nossas lojas e constituí minha família. Me recordo com carinho das pessoas, que considero um povo trabalhador e honesto.

 

Sente saudades de morar em Cachoeiro?

Cachoeiro me traz uma triste lembrança, que é a morte do meu marido, motivo pelo qual fiquei um período sem ir à cidade.

 

Existe alguma figura marcante da cidade que foi sua inspiração ou que a senhora admire muito?

Eu admiro em Cachoeiro seu povo, que é trabalhador, honesto e que luta em busca do seu sustento e de sua família.

 

Conte um pouco da dona Maria da Conceição empresária. Como foi iniciar uma empresa em Cachoeiro de Itapemirim e depois expandir, sendo reconhecida no país inteiro?

Nós iniciamos com muita luta, mas sem nunca desanimar, quando tínhamos três lojas eu atendia os clientes e tinha ajuda de somente uma colaboradora, com o nascimento dos meus filhos meu marido ficou responsável pela administração das lojas e eu fiquei em casa, mas, mesmo assim o ajudava com questões de folhas de pagamento e foi assim até sua morte, quando passei o comando das lojas para minha filha mais velha Suely Castelar Matias de Souza e meu sobrinho Marcone Leonel Matias.  

 

Em algum momento pensou em desistir?

Nunca pensei em desistir, mesmo durante a pandemia quando fechamos cerca de 50 lojas, eu sempre fui considerada a frente do meu tempo e hoje posso descansar e sobreviver dos lucros que as lojas deram em seus tempos de "vacas gordas" (o grupo entrou com pedido de recuperação judicial no ano passado).

 

E como foi receber a notícia de que a senhora foi a mais votada na eleição do Cachoeirense Ausente deste ano?

Não me surpreendi, porque já havia sido indicada uma vez, na época era jovem, hoje com mais idade enfrento alguns problemas de saúde que espero não me atrapalhar ir receber o prêmio, acredito que tenha o dever de ir recebê-lo das mãos de meus concorrentes, caso não vá meu neto Bruno Matias Gama irá me representar.

 

E para finalizar, qual mensagem a senhora deixa?

Eu deixo um recado para todos os cachoeirenses, que continuem sendo esse povo batalhador, que luta em busca do seu sustento dia a dia, que todos tenham empregos para poder levar o sustento para suas famílias.