A empresa Gava Indústria e Comércio LTDA - ME, também conhecida como Cachaça Floresta, possui, juntamente com Burarama, toda uma história que por vezes é confundida. O patriarca Joseph Gava, no fim do século XIX, ao chegar da Europa junto com a esposa, Augusta Dalvi, e muitos outros casais de imigrantes italianos, desembarcou em Anchieta e subiu as montanhas sulinas seguindo o curso do Rio Benevente, para se estabelecer na localidade de Carolina, em Alfredo Chaves ES.

Posteriormente, a necessidade de desbravar novas terras férteis o motivou em 1917 a descer a serra e adquirir, nas imediações da Pedra da Ema, uma fazenda de quase 180 alqueires de um tropeiro, que batizou de Floresta. No local houvera, inclusive, produção de açúcar mascavo com mão de obra escrava.

Joseph imediatamente enviou os seus dois filhos mais velhos, João e Ângelo Gava, para administrar a propriedade recém-adquirida. E um ano depois se mudou com toda a família, composta por 13 integrantes, para Floresta.

Pretendendo construir uma nova comunidade de imigrantes, trouxe amigos italianos para colonizar a região, pioneiros de tradicionais famílias, como Costalonga, Fardin, Grillo, Dardengo, Pastine, Dan, Casagrande, Bassani, Tomasini, entre outras.

Joseph, então, registrou o terreno que demarcara juntamente à Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim para que o distrito de Floresta fosse criado, em 1932. O nome, no entanto, viria a ser mudado para Burarama em 1944, que em Tupi significa "região da madeira".

Visando aprimorar a qualidade, valorizar o produtor e preservar os recursos naturais, a famosa Cachaça Floresta, de Burarama, une tradição e modernidade em trabalho ininterrupto para atender a legislação vigente em seu parque produtivo. Se capacita tanto na metodologia do processo de produção quanto no mercado.

A marca Floresta está registrada no Ministério da Agricultura desde 1948. Mas a produção de bebida na fazenda homônima - que deu origem ao bucólico distrito cachoeirense colonizado por imigrantes italianos e onde a empresa funciona desde sempre - começou bem antes, com o fundador Joseph Gava, como revela o seu neto Arnaldo José Gava, 72 anos de idade, sócio-gerente.

"Meu avô trouxe o alambique de Carolina, em Alfredo Chaves, que veio em cima de uma mula. E deu início à fabricação na década de 1920, utilizando açúcar mascavo produzido na fazenda. Porém, não vendia a aguardente, era apenas para consumo próprio - da família e dos colonos. Os filhos, posteriormente, que começaram a fazer para vender e passaram a utilizar cana-de-açúcar in natura".

 

Qualidade

Aproveitando todo este know how de quase um século e seguindo a forte tendência do mercado atual, a Floresta aposta no resgate da Cachaça Tradicional Branca de qualidade. Que é feita em alambiques de puro cobre, extraindo o coração da alambicada. Possui um aroma originalmente vindo de seu processo de produção, que conferem ao apreciador da verdadeira cachaça o cheiro da cana que lembra com de frutas cítricas e florais no mais puro e inconfundível prazer da nossa puritana e pioneira Cachaça Tradicional.

O rótulo Retrô veio à tona trazendo as características do produto no seu início. Foi introduzida a imagem da Pedra da Ema no seu terceiro rótulo já consolidada na marca, lançado na época de 1940.

A Floresta comercializa a cachaça de coração de alambique envelhecida por dez anos em barris de carvalho europeu, também em dornas de jequitibá rosa, essa branca sem interferência da madeira e imburana ou cerejeira introduzindo características da madeira, dando aroma, buquê e paladar único a bebida em cada forma de armazenamento de sua adega.

Nas etapas de fabricação a cana-de-açúcar deve ser colhida madura e moída até 36 horas após a colheita. Não pode haver queima antes da colheita e a fermentação é natural da própria cana, mantendo as características provindas da cana de açúcar e seus aromas, paladares característicos de cada região onde foi colhida a matéria prima.

A empresa é focada em qualificação, seja marcando presença em feiras, congressos, workshop e também em cursos e treinamentos, na qual o SEBRAE e o Ministério da Agricultura sempre apóiam.

 

Pioneirismo

A Cachaça Floresta chegou a ter mais de 150 funcionários, na década de 1970, por conta principalmente da plantação da cana-de-açúcar que mantinha, lembra o experiente Arnaldo José Gava, há mais de meio século participando do cotidiano da empresa.

Há tempos, contudo, a Floresta compra o insumo de produtores de Itapemirim e Marataízes, cana de qualidade superior, por conta do solo e topografia mais propícia a este tipo de cultura.

 

Comércio

No fim da década de 1940, os irmãos João, Affonso Camilo e Joaquim Gava iniciaram a fabricação de cachaça em alambique de panela de cobre. Apesar de a marca ter rapidamente conquistado popularidade na região. Em 1958 Affonso Camilo Gava, com o apoio dos filhos - Hermes, Gabriel e Horácio Gava, assumem as atividades dede produção a comercialização. Neste mesmo ano, a empresa foi registrada como Gava Irmãos, no nome dos três filhos de Affonso e Amábile Gava. Em 1970, contudo, entraram na sociedade os irmãos Arnaldo José, Walter, Sergio e Alberto Gava.

O pequeno alambique artesanal se tornaria uma indústria de aguardente de grande porte a partir de 1972, graças à gestão arrojada de Gabriel Gava, líder da família na época, que investiu em moderno maquinário e alavancou a empresa com o padrão Aguardente Floresta e manteve os alambiques de cobre na produção da Cachaça Floresta de qualidade, por esse fato a empresa possui dois registros no MAPA distinguindo os produtos e padrões por ela produzido até hoje."

 

Cartão-postal

Com a intenção de preservar tanto a sua marca quanto a vegetação e o símbolo da região, a família Gava adquiriu em 1978 todas as matas que cercam a Pedra da Ema na sua parte superior. E agora foca suas energias no incremento da qualidade do produto que tem grande importância cultural, social e econômica para o país.

 

Contato e vizitação

A Cachaça Floresta está de portas abertas aos visitantes e escolas que se interessarem em conhecer sua excelente cachaça, desde o processo produtivo a adega de envelhecimento, também degustarem a verdadeira cachaça de qualidade, tanto branca armazenada em barris de jequitibá rosa quanto a envelhecida em carvalho e imburana.

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