Em 2018, mais de 120 mulheres foram assassinadas no ES
O índice é 30% menor que 2017, 133 mortes, mas ainda assim é alarmante
O levantamento divulgado pela Secretaria de Segurança do Espírito Santo (Sesp) registrou 126 assassinatos ao longo do ano em todo o Estado do Espírito Santo. O índice é 30% menor que 2017, 133 mortes, mas ainda assim é alarmante.
Adrielly dos Santos, 20 anos, Marciane Pereira dos Santos, de 36 anos, Cristiane de Fátima Pereira, 35 anos, entre muitas outras. O que todas elas têm em comum? Em 2018, elas foram vítimas da violência em alguma parte do ES.
Com a média de quatro mortes a cada 100 mil habitantes, o Espírito Santo registrou ao longo de 2018, o assassinato de 93 mulheres e 33 casos de feminicídios. Os números, apesar de serem menores que o ano anterior, são reflexo da covardia que só cresce no Brasil.
Em 2018, segundo balanço publicado pelo "Correio Braziliense", 92.323 denúncias foram encaminhadas ao Ligue 180. São 25% a mais que 2017. E, ainda segundo o "Correio", entre o dia primeiro e 31 de dezembro, 391 mulheres foram agredidas por dia em todo o país e mais de 12 mil registraram ocorrência por causa de algum tipo de agressão.
OPERAÇÃO MARIAS
Na última quarta-feira (30), uma operação da Polícia Civil denominada "Marias" prendeu em todo o Estado 23 homens. A operação levou esse nome em homenagem a Lei Maria da Penha, que é o nome de uma mulher vítima de violência doméstica.
Chefiada pela Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) a operação contou com 74 policiais e prendeu 14 homens por descumprimento de medida protetiva, cinco por estupro, um por tentativa de feminicídio, um por lesão corporal e um por ameaça.
"Parabéns aos nobres policiais envolvidos nas investigações e a todos os guerreiros da PC/ES que direta ou indiretamente contribuíram com a operação. A violência contra a mulher é também um crime inadmissível e trabalhar na repressão é a resposta que toda vítima e a sociedade espera", disse o presidente do Sindipol/ES, Jorge Emílio Leal.
ESTUDOS
Três em cada dez mulheres assassinadas no Brasil por algum motivo ligado à violência doméstica eram frequentemente agredidas. As informações são de uma pesquisa inédita divulgada pelo Ministério da Saúde com base nos registros de óbitos e atendimentos da rede pública entre 2011 e 2016.
As consequências da violência são evidentes na pesquisa como o caso de Jerusa, 37 anos, que procurou a unidade de saúde com lesões após ser espancada e oito meses depois foi morta pelo companheiro.
O presidente do Sindipol/ES, Jorge Emílio Leal, ressaltou a importância da implementação de políticas públicas para o combate a esse tipo de crime.
"É de extrema importância para uma reestruturação em toda divisão de homicídios. Somente com mais investimentos e valorização será possível acabar com os crimes contra as mulheres. Sem estrutura, muitas vezes o criminoso não é preso, o que passa uma sensação de impunidade para toda população. Com investimentos, o quadro vai mudar e o crime contra a mulher será combatido com eficiência. Nossos profissionais lutam diuturnamente em prol da sociedade capixaba e enfrentam condições precárias. Os policiais civis e a população merecem respeito", disse.