Sem reajuste, servidores preparam manifestação em Cachoeiro - Jornal Fato
Geral

Sem reajuste, servidores preparam manifestação em Cachoeiro

Segundo o Sindimunicipal, há 4 anos não há reajustes; Prefeitura mantém diálogo, mas explica que houve frustração de receita com a desoneração dos combustíveis em 2022


Servidores municipais se reúnem em assembléia para discutir a campanha salárial e possibilidade de manifestações em Cachoeiro de Itapemirim - Foto: Divulgação

O Sindicato dos Servidores Municipais (Sindimunicipal) de Cachoeiro de Itapemirim cogita paralisação geral e marcou para 5 de agosto uma manifestação na região central da cidade para expor o impasse na negociação salarial. De um lado, os trabalhadores cobram reajuste. De outro, a administração municipal se propõe ao diálogo, mas sinaliza dificuldades com a perda na arrecadação, que pode chegar a R$ 40 milhões, como reflexo da desoneração de ICMS sobre os combustíveis, concedida pelo então presidente Jair Bolsonaro, em 2022.

Na quarta-feira (26) O sindicato realizou assembleia para informar sobre o andamento das negociações. Na ocasião, os servidores tiveram a oportunidade de conhecer a contraproposta apresentada pelo município. Conforme relatado durante a assembleia, o município apenas informou informalmente que não haverá reajuste salarial em 2023 e que a previsão é de um aumento de apenas 4% em 2024.

A situação, que se arrasta há quatro anos, motivou a categoria a se unir em busca de melhorias salariais. Para tanto, o Sindimunicipal convocou manifestação para o dia 5, com início às 8h30, que terá como ponto de partida o supermercado Casagrande, seguindo com uma caminhada até a Linha Vermelha. Os servidores também cogitam a possibilidade de uma paralisação geral em protesto à falta de reajuste salarial.

Durante uma assembleia, a presidente do Sindimunicipal, Marissol Silva Dalrio,  enfatizou a importância da mobilização dos servidores e agradeceu o apoio manifestado por vereadores presentes. Entre eles, Léo Camargo, Mestre Gelinho, Paulinho Careca, Sandro Irmão, Diogo Lube e Felipe Butina, que representava o vereador Junior Correa, impossibilitado de comparecer devido a compromissos prévios.

A presidente do sindicato afirmou a necessidade de unir forças em prol dos direitos dos servidores, e enfatizou que a luta deve ser uma construção coletiva. O Sindimunicipal reiterou seu compromisso com o diálogo e aguarda uma resposta oficial da administração municipal para dar prosseguimento às transações.

 

Prefeitura

Em contrapartida, a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim informou que mantém diálogo contínuo com o Sindimunicipal para analisar as reivindicações dos servidores. Além disso, foi acordada a criação de uma mesa permanente de negociação para avaliar o impacto das finanças municipais, considerando a perda de arrecadação em torno de R$ 20 milhões no primeiro semestre de 2023, referente ao ICMS dos combustíveis. Essa medida foi imposta pelo Governo Federal em 2022, e a prefeitura projeta uma perda total de R$ 40 milhões neste imposto ao longo do ano.

A prefeitura afirma que reconhece o comprometimento dos servidores e ressalta que tem investido em políticas de valorização das categorias. Cita como exemplo o novo plano de cargas e salários implementado em 2020, com um reajuste médio de 37%.

Contudo, neste momento, a administração informa que busca equilibrar a melhor proposta de reajuste possível, levando em conta a responsabilidade fiscal do município.

A situação dos servidores municipais de Cachoeiro de Itapemirim é uma questão sensível, e tanto o Sindimunicipal quanto para a prefeitura, que deve continuar buscando o diálogo para encontrar uma solução que atenda aos interesses das partes envolvidas, considerando a realidade econômica e financeira do município.

A manifestação marcada para o dia 5 será momento de expressão da voz dos servidores e um chamado por maior valorização e reconhecimento dos serviços prestados por esses profissionais essenciais à comunidade cachoeirense.

Comentários