Por que o novo telescópio pode revolucionar o que sabemos sobre o Sol - Jornal Fato
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Por que o novo telescópio pode revolucionar o que sabemos sobre o Sol

Localizado no cume do vulcão havaiano Haleakalā, o telescópio promete inovar nosso conhecimento


- Foto: NSO/AURA/NSF

Divulgadas nesta quarta-feira (30), as primeiras imagens feitas pelo Telescópio Solar Daniel K. Inouye, do Fundação Nacional da Ciência (NSF), dos Estados Unidos, mostram com detalhes nunca antes vistos a superfície do Sol. Localizado no cume do vulcão havaiano Haleakal?, o telescópio promete inovar nosso conhecimento sobre o astro.

"Desde que a NSF começou a trabalhar neste telescópio terrestre, esperamos ansiosamente pelas primeiras imagens", diz France Córdova, diretora da NSF. "Agora podemos compartilhar essas imagens e vídeos, que são os mais detalhados do nosso Sol até hoje."

A nova imagem mostra um padrão escaldante de plasma, que recobre toda a estrela. Estima-se que cada placa dessa estrutura - que se assemelha a um conjunto de céulas - tenha o tamanho do estado do Texas, nos EUA, cuja área é de 695 mil quilômetros quadrados. Suas bordas são a assinatura viva de movimentações violentas que transportaram o calor interno da estrela para a sua superfície. Nesse processo, chamado de convecção, o plasma fervente sobe até o centro das "células", esfria e se afunda abaixo da superfície.

 

Novidades para os cientistas

A oportunidade de observar detalhadamente as atividades solares é de grande valor para a ciência, já que as erupções magnéticas na estrela podem afetar o planeta e o nosso dia a dia. Tempestades solares, por exemplo, podem impactar viagens aéreas, perturbar comunicações via satélite e derrubar redes de energia ou GPS.

"O Telescópio Solar Inouye da NSF poderá mapear os campos magnéticos dentro da coroa solar, onde ocorrem erupções solares que podem impactar a vida na Terra", explica Córdova. "Este telescópio melhorará nossa compreensão do que impulsiona o clima espacial e, finalmente, ajudará os meteorologistas a prever melhor as tempestades solares."

Além de medir e caracterizar o campo magnético do Sol, o telescópio também é capaz de determinar as causas de atividades potenticalmente nocivas. Estudar essas causas é essencial para que governos e institutos se preparem melhor para eventos solares no futuro.

Com o equipamento, notificações sobre possíveis tempestades solares podem ser dadas com uma antecedência de até 48 horas, tempo o bastante para que as autoridades assegurem a rede elétrica e coloquem satélites no modo de segurança

"Tudo se trata sobre o campo magnético", disse Thomas Rimmele, diretor do Telescópio Solar Inouye. "Para desvendar os maiores mistérios do sol, precisamos não apenas ver claramente essas estruturas minúsculas a 93 milhões de quilômetros, mas também medir com precisão a força e a direção do campo magnético próximo à superfície e rastreá-lo à medida que ele se estende pela corona de milhões de graus [Celsius], a atmosfera externa do Sol."

 

O telescópio

Construído a uma altitude de 3 quilômetros, no topo do vulcão Haleakal?, o instrumento conta com um espelho de 4 metros, o maior em um telescópio solar, e um sistema especial de resfriamento para proteger sua ótica.  De acordo com David Boboltz, diretor do programa na NSF, durante os cinco primeiros anos de atividade do telescópio Daniel K. Inouye serão coletadas mais imagens do Sol do que durante toda a história, desde que Galileu apontou seu telescópio em direção ao astro, em 1612.

 

Fonte: Galileu

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