Cachoeiro: acusados de matar jovem em churrasquinho vão a júri após 3 anos - Jornal Fato
Polícia

Cachoeiro: acusados de matar jovem em churrasquinho vão a júri após 3 anos

Wallace dos Santos Barbosa foi morto aos 19 anos, em 31 de julho de 2018


Vítima Wallace Santos

Os acusados de matarem o jovem Wallace dos Santos Barbosa, em 31 de julho de 2018, vão a júri popular no dia 30 de junho. Na época em que foi morto, Wallace tinha 19 anos e trabalhava em um churrasquinho com o pai, no bairro Baiminas, em Cachoeiro de Itapemirim. O caso tomou grande proporções, pois o rapaz era bastante conhecido no município. O júri acontece no Fórum Desembargador Horta de Araújo, às 9h.

Para o irmão da vítima, Wesley, o esperado é que a justiça seja feita. "A gente aguarda por esse julgamento já vai fazer três anos. Tudo o que a gente quer é que seja feita a justiça e que os culpados sejam punidos, porque tiraram uma vida. Isso não vai trazer meu irmão de volta, mas que pelo menos os acusados não fiquem impunes", comenta.

De acordo com Wesley, Wallace era trabalhador, honesto e muito tranquilo. "Meu irmão cresceu trabalhando com meu pai no Baiminas, ali no churrasquinho. A vida do meu pai era meu irmão, ele morava com meu pai e cresceu com ele. Tudo o que meu pai fazia era com meu irmão. Eles eram parceiros", lamenta.

Ele menciona que até hoje seus pais sofrem com a morte do rapaz. "A família é a que mais sofre com tudo isso. Meu irmão tinha um futuro todo pela frente. Eles não mataram só o meu irmão, matou toda a nossa família junto".

Os três acusados, Higor Eleuterio Medeiros da Silva, Weverton Gabriel dos Santos e Afranio da Silva Siqueira, também quase atingiram o pai de Wallace e outras três pessoas. "Eles deram 13 tiros no meu irmão e quase mataram meu pai também, só não conseguiram porque a arma mascou na hora".

Wesley ressalta que o irmão morreu trabalhando. "Ele era trabalhador. Ele não foi morto em uma festa, em uma bebedeira, nada disso. Era 22h40 meu irmão tava trabalhando no churrasquinho", finaliza.

A reportagem do Jornal FATO conversou com o advogado Leonardo da Rocha Monteiro que esclareceu: "Afrânio era cunhado de Wesley, irmão da vítima. Além disso, Afrânio e Wallace eram amigos, tanto que Afrânio arcou com os custos do funeral da vítima" O advogado ainda reforçou que "A defesa de Afrânio da Silva Siqueira nega as acusações. Afrânio está sendo acusado injustamente e sua inocência será provada em plenário." disse o advogado. 

O advogado de Higor e Weverton, Everson Coelho, também falou à reportagem e disse que Higor confessa o crime, contudo ele alega que agiu em legítima defesa. "Wallace havia mandado um recado para Higor, que foi até o churrasquinho. Lá, Wallace se aproximou e parecia querer sacar uma arma. Higor ficou com medo da movimentação e atirou para se defender. Vou tentar abolvê-lo porque ele agiu para proteger sua vida", explica. 

Já Weverton declara que não estava no local do crime e que, sequer, conheceu a vítima. "Weverton não tem participação no crime. Ele afirma que não conhecia Wallace nem o pai ou outro familiar. O que aconteceu é que uma foto dele foi mostrada ao pai de Wallace, que disse tê-lo reconhecido a príncipio, mas a verdade é que ele não estava lá. Inclusive, o Higor diz isso, que Weverton não teve participação. Higor estava com um adulto e dois menores", afirma o advogado, que irá tentar provar que Weverton é inocente.

Everson informou ainda que o processo cita três tentativas de homicídio, mas é fato que isso não ocorreu. "Não houve tentativa de homicídio. O pai de Wallace, ou quem estava na hora, alega que a arma mascou. Mas não houve disparo. Não dá para comprovar que Higor iria atirar nessas três pessoas. Só é possível dizer que houve tentativa se tivesse tido algum disparo, e não teve", finaliza.

Crime

No dia 31 de julho de 2018, Higor utilizou o próprio carro para ir até o local onde Wallace trabalhava com o pai: um churrasquinho em frente à pracinha do bairro Baiminas, em Cachoeiro. Segundo a polícia, outros três indivíduos, sendo na época dois menores, armados, o acompanharam. Higor confessou o crime na delegacia, quando foi preso, em agosto daquele ano. 

Os suspeitos saíram do veículo, por volta das 23h, já atirando. O pai de Wallace e mais duas pessoas que estavam no local também foram alvos de Higor, mas a arma falhou e eles saíram ilesos. Enquanto isso, os outros atiradores foram atrás de Wallace, executado com dois tiros na perna direita, um na cabeça, um no pescoço e nove no tórax. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu antes de chegar ao hospital.

De acordo com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), Higor e Afranio estão detidos na Penitenciária Regional de Cachoeiro. Já Weverton, está no Centro de Detenção Provisória do município.

Eles serão julgados por homicídio, por motivo torpe e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de tentativa de homicídio e corrupção de menores.

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