Banheiros escolares geram polêmica e clima esquenta na política de Cachoeiro - Jornal Fato
Política

Banheiros escolares geram polêmica e clima esquenta na política de Cachoeiro

Após vídeo do vereador Ary Correa (Patriotas) circular pelas redes sociais, a Secretaria Municipal de Educação se manifestou e recebeu o apoio da Câmara Municipal.


- Foto: CMCI.

O clima no cenário político de Cachoeiro de Itapemirim esquentou nesta terça-feira (5), após o vereador Ary Correa (Patriotas) publicar um vídeo em suas redes sociais reclamando que as crianças que estudam na pré-escola Olga Dias, no bairro Coronel Borges, utilizam um banheiro unissex. Logo em seguida a Secretaria Municipal de Educação se manifestou e recebeu o apoio da Câmara Municipal. 

No vídeo, o vereador utilizava uma camiseta em apoio ao presidente Bolsonaro, que concorre no segundo turno das Eleições. Um cartaz do candidato a reeleição também aparecia nas imagens, o que contribuiu ainda mais para acalorar a discussão acerca do assunto.

A reclamação ao vereador teria sido feita pelo pai de uma aluna, incomodado com a situação, pois o banheiro possui dois vasos (um para meninos e outro para meninas), sem parede divisória. O pai questionava a escola por permitir que crianças de ambos os sexos usassem o banheiro juntas. O que foi refutado pelo município.

Em nota, a Secretaria de Educação de Cachoeiro esclareceu que "a pré-escola segue todos os regramentos da educação infantil, e que o vídeo denuncia uma prática adotada por todas as escolas brasileiras, uma vez que é amparada pela legislação do MEC, Resolução 6 de 25 de abril de 2007, do Programa Nacional de Restruturação e Aquisição de Equipamentos para a Educação Infantil".

A Secretaria de Educação explicou ainda que crianças até 3 anos estão em fase de desfralde e utilizam o banheiro da sala de aula acompanhadas, individualmente, de professores ou auxiliares de sala. "A privacidade da criança é preservada a todo momento. Os dois sanitários, devidamente identificados um para menino e outro para menina, existem para a criança começar a diferenciar qual deve utilizar. A Secretaria de Educação está à disposição dos pais e das comunidades para esclarecer quaisquer dúvidas", finaliza a nota.

Apoio na Câmara Municipal

Durante reunião da Câmara Municipal, nesta terça-feira (4), a secretária de Educação Cristina Lens, acompanhada de servidores da Secretaria Municipal de Educação, solicitaram espaço na tribuna para demonstrar indignação das acusações recebidas e reforçar que todas as construções da Secretaria de Educação são feitas dentro dos padrões do Pró-Infância do Ministério da Educação, e atendem às normas legais.

A secretária se emocionou enquanto se pronunciava. "Nunca vi tamanha grosseria e crueldade. É um vídeo feito sem nenhum conhecimento técnico, é desumano, usa o espaço educacional para politicagem feia. Nenhuma escola fala de gênero ou sexualidade com crianças dessa idade. Esse vídeo atinge cada um dos 2.000 professores do nosso município e cada profissional da educação infantil, que cuidam com ética e profissionalismo das nossas crianças".

Solidários com a secretária de Educação, vereadores elogiaram o trabalho realizado por ela e toda a sua equipe. O relator da Comissão de Educação, vereador Diogo Lube (PP), destacou que a educação de Cachoeiro é feita com maestria e é necessário ter muito cuidado antes de compartilhar denúncias infundadas. "Quero compartilhar com vocês a minha indignação em relação a essa fake news. Nossos professores e servidores da Educação fazem seu trabalho com muito amor e muita técnica", defendeu Lube.

O pais de uma aluna disse que sua reclamação não se referia à postura dos professores, mas à infraestrutura da escola. "Não disse que a escola está induzindo a nada, apenas questionei por que o banheiro não tem divisória entre os dois vasos sanitários masculino e feminino. Só estou requerendo algo que é direito da minha filha, que é a família".

O prefeito Victor Coelho também saiu em defesa da Educação e acusou o vereador de criar fake news.

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