As mudanças no secretariado do prefeito Victor Coelho reforçam que a gestão vai manter suas convicções e, também, resgatam uma dívida de gratidão com o ex-vereador Alexandre Bastos (PV), que desistiu de disputar a Prefeitura, a pedido do governador Renato Casagrande (PSB), para deixar o caminho livre para o prefeito reeleito.

A decisão de recuar, quando já tinha ido longe demais, representou grande ônus politico a Alexandre, a ponto de impedir sua reeleição. Com sua nomeação agora, para a Secretaria de Interior, o ônus se inverte.

Parcela da população não aprova o aproveitamento de um candidato reprovado nas urnas, mesmo que este tenha alcançado mais votos do que sete dos que foram eleitos graças ao sistema proporcional.

Ao mesmo tempo, o prefeito dobra a aposta em talentos com carreiras feitas em outros municípios para o seu secretariado, com mudanças na Saúde e Obras. Por mais que sejam competentes, é mais um flanco por onde a oposição vai atacar.

Parte do capital político da eleição acachapante de novembro é investida neste arranjo, num ano que começa ainda em meio à pandemia (e as crises econômica a sanitária provenientes) e com aumento da carga tributária municipal, com reajuste na base de cálculo para o IPTU e, no mesmo carnê, a inserção de taxa de lixo.

Ou seja, 2021 começa com fatos consumados negativos para o contribuinte e políticos, controversos para o mandatário. O saldo de esperanças na população na nova gestão ainda é positivo, mas é urgente consumar também coisas boas para equilibrar a equação.