MDB aposta na renovação para reviver passado de glórias
Em convenção, Rogério Athayde foi eleito presidente da sigla pelos próximos dois anos - objetivo é montar chapa forte de vereadores e apresentar plano para Cachoeiro
O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) elegeu neste sábado (18), na Câmara Municipal, o novo diretório, que escolheu o advogado Rogério Athayde para presidir a sigla pelos próximos dois anos. Ele substitui o veterano médico Adail Edmundo e assume a missão de renovar o partido, maior de Cachoeiro em número de filiados, mas que há três eleições não consegue sequer conduzir um representante à Câmara Municipal.
A eleição pode representar, também, aproximação do partido com a gestão do prefeito Victor Coelho e, num prisma mais amplo, com o PSB, do governador Renato Casagrande. Athayde é coordenador do Procon Municipal, cargo para o qual foi convidado por opção pessoal do prefeito. Para assumir, abriu mão de exercer função no equivalente estadual do órgão, a convite do governador. Desde então, tem feito movimentos em direção ao diálogo do MDB com a gestão municipal.
Entretanto, de acordo com o novo presidente, o partido deve se dedicar, neste momento inicial, a atrair novas lideranças, montar uma boa chapa de candidatos a vereador para, a partir daí, analisar a possibilidade de lançar candidatura própria à Prefeitura, em 2020, ou se a composição será o melhor caminho.
Uma das portas abertas para a renovação é a reativação MDB Jovem e do MDB Mulher, prioridades neste início de mandato, mas Athayde lembra que a renovação se dará com respeito às lideranças tradicionais - cita nominalmente Adail e os ex-prefeitos Roberto Valadão e José Tasso, como exemplos. "Para pensar no futuro é preciso conhecer o passado", alerta.
E o passado do MDB foi de glórias em Cachoeiro. Com três mandatos de prefeito entre 1983 e 2008 - dois deles com Valadão. Desde então, o partido pena, com fragorosos fracassos nas eleições municipais.
Na análise do novo presidente, a situação é resultado do excesso de confiança, reduzida oxigenação, e do afastamento entre o que diz o partido e o que a população deseja ouvir. E dá como exemplo a malfadada candidatura a prefeito de 2016, quando, considera, a sigla deveria ter optado pela composição com outras. E para ter o que dizer à população, o objetivo é elaborar planejamento a ser para a cidade, a ser apresentado à população.
É, em resumo, a oxigenação da sigla, e a prática do discurso de respeito ao passado, ao fazer conexão com último grande feito do então PMDB, que, em 2004, propôs e produziu o documento chamado "Um Plano Para Cachoeiro", que serviu de base para a eleição de Roberto Valadão.