VÍDEO - "Não se cobrem tanto", diz Psicóloga aos pais sobre volta às aulas - Jornal Fato
Saúde

VÍDEO - "Não se cobrem tanto", diz Psicóloga aos pais sobre volta às aulas

Naira Maria Batista é especialista em desenvolvimento infantil e explica como cuidar da saúde mental de crianças e adolescentes após todo este tempo sem aulas presenciais


Sem dúvida o ensino remoto durante pandemia covid-19 impactou alfabetização de crianças e o desenvolvimento escolar de adolescentes em todo o mundo.

Ele foi a única alternativa emergencial após o início da pandemia em 2020, se estabelecendo como rotina na vida de alunos, professores e família. Porém os resultados negativos também foram percebidos: crianças de 6 a 9 anos apresentaram prejuízos na alfabetização. Os motivos são diversos, mas entre eles se destaca a falta de concentração dos estudantes dentro e fora do ambiente escolar.

Uma pesquisa realizada pela Fundação Lemann, Itaú Social e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), publicada em junho de 2021, mostra que 88% dos estudantes matriculados no 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental estão em processo de alfabetização. Dessa proporção, 51% das crianças ficaram estagnadas no mesmo estágio de aprendizado durante o ensino remoto - 29% não aprendeu nada de novo e 22% desaprendeu parte do que já sabia, de acordo com a percepção dos pais e responsáveis.

Para a Psicóloga Naiara Maria Batista, especialista em desenvolvimento infantil e professora universitária, é completamente normal ter dificuldade de adaptação neste cenário e os pais e professores precisam unir forças evidenciando que "pai não é professor e portanto não tem a obrigação de ter a pedagogia do ensino; se aprende por repetição,  muitas vezes e esse é o papel da escola", explica a Psicóloga.

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E a escola também precisa se preparar para esse momento, alterando a tecnologia e o aprendizado cognitivo de forma equilibrada na sala de aula e em casa os pais precisam ser mais participativos: "Temos uma geração que brincou na rua, aprendeu a desenvolver suas capacidades cognitivas que influenciarão toda a sua vida. Ficar só no celular ou computador limita esse desenvolvimento", explica Naiara.

E se por um lado os desafios são grandes, por outro é preciso "Não se cobrar muito", alerta Naiara: "Se a criança não foi alfabetizada no ano passado, será esse ano ou no outro e está tudo bem. Cada um tem um tempo de aprendizado, foi um desafio para a humanidade. É perfeitamente normal ter dificuldades", diz a psicóloga.

Porém é preciso que os pais e professores compreendam a hora certa de buscar uma terapia e orientação com profissionais da psicologia: "Com 9 anos a criança já tem capacidade de fazer leituras de frases e textos. Com 7 anos pode ter alguma dificuldade. A pergunta é: com 9 anos minha criança consegue fazer essa leitura? É preciso observar as dificuldades, que na maioria são normais. Se forem muito acentuadas é um alerta", ensina Naiara.

Projeção no Brasil

Em relação às avaliações oficiais de aprendizagem no Brasil durante a pandemia de Covid-19, é difícil fazer uma projeção de estados mais avançados no ensino. É o que diz o presidente do Consed, Vitor de Angelo: "Essa medição só será possível quando fizermos uma avaliação nacional comparável de estado com estado, o que ocorrerá apenas no final deste ano, com o SAEB."

O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) é um conjunto de sistemas de avaliação do ensino brasileiro, desenvolvido e gerenciado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em 2020, não houve a realização do indicador. A edição de 2021 será aplicada entre os meses de novembro e dezembro.

 

Com informações do Brasil 61

 

 

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