O isolamento que te liberta - Jornal Fato
Artigos

O isolamento que te liberta

Hoje podemos ver, de forma mais clara, que a distância que nos separa daqueles que amamos nos deixa ainda mais unidos


Hoje podemos ver, de forma mais clara, que a distância que nos separa daqueles que amamos nos deixa ainda mais unidos. Notamos que nem sempre a ausência deixa saudade e que o pior isolamento é aquele que acompanha a hipocrisia. Aprendemos a falta que um abraço apertado nos faz, mas também aprendemos a demonstrar mais amor por meio dos olhos, mesmo que tenha uma tela de computador ou celular nos separando. Desenvolvemos mais o nosso olfato e percebemos que nem ligamos tanto para aquele perfume, que a pessoa que amamos usa, mas sim o seu cheiro natural. O isolamento tem nos mostrado o quanto amamos algumas pessoas, mas também tem nos ensinado que a nossa vida progride mais sem algumas delas. Agora podemos compreender que tem pessoas que nos abraçam com um sorriso, que nos beijam com um olhar e que acabam nos tocando de forma muito mais profunda do que qualquer contato físico poderia nos proporcionar. Pessoas que, apesar de não poderem lhe dar a mão, lhe oferecem o mundo delas e que a sua voz é poesia de amor. Estamos vivendo a realidade de que a distância é sinônimo de amor, mas, se pararmos pra analisar, sempre foi, nem que seja o amor-próprio. Hoje podemos dar mais atenção para aqueles que moram em nossa casa e que por meses ou anos nos eram estranhos e nós nem percebíamos. Agora sim aprendemos que o amor é a nossa prisão mais libertadora e a saudade a liberdade mais aprisionadora.

 

Caroline Bonacossa, Advogada

 


Colunista

Comentários