Rubem Braga e Cachoeiro - Jornal Fato
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Rubem Braga e Cachoeiro


Cachoeiro de Itapemirim, ao tempo do nascimento e da consolidação do pensamento próprio de Rubem Braga (1913/1930) era cidade diretamente ligada à Capital Federal, o Rio de Janeiro. Não tinha nenhuma ligação especial com a capital do Estado, Vitória. Aliás, até a revolução de 1930, Vitória era cidade em que preponderavam, no governo do Estado, políticos nascidos ou formados em Cachoeiro (Os Monteiros, Marcondes de Souza, Florentino Avidos).

 

Essa "vantagem" sobre a Capital Estadual, que não tinha o mesmo espaço que o Rio de Janeiro tinha no imaginário do cachoeirense do início do século XX, por certo dava aos cachoeirenses algum orgulho que seus habitantes, principalmente os mais esclarecidos, "inventaram": nossa cidade estava além de simples cidade do interior do Estado, estava diretamente ligado à Capital Federal, onde muito de seus filhos iam estudar; Cachoeiro era, enfim, a ATENAS CAPIXABA e, posteriormente, criação da época de Rubem, já consagrado, A CAPITAL SECRETA DO MUNDO.

 

Além disso, Rubem era fruto de tronco familiar dos mais tradicionais da cidade; seu pai foi o primeiro prefeito de Cachoeiro, em 1914 - Rubem tinha um ano.

 

Esse conjunto de acontecimentos que se formou à época de Rubem criança, criança prodígio, como já antevê sua primeira crônica publicada ainda na escola primária (A LÁGRIMA), não podia deixar de dar no que deu: o menino sempre voltaria à cidade natal, e voltou sempre; suas crônicas estão repletas de retornos a Cachoeiro. Não poderia deixar de ser de outra forma: onde se foi feliz, para ali se volta sempre, não tem jeito. Além disso, não se pode abdicar da questão afetiva: não se volta para onde não se ama. Rubem, primordialmente, foi feliz e amado em Cachoeiro; faz parte de família especial, talentosa, honesta, justa, sensível, solidária e amorosa para com os seus e para com a cidade. Herdou dela esses predicados e estendeu à cidade natal, palco dessas vivências, todo esse afeto. Essa é a minha opinião sobre o porquê de Rubem estar sempre de volta a Cachoeiro.

 

(Esse texto, escrevi a pedido de Maikely Teixeira Colombini, cachoeirense, Mestra em Letras - Estudos Literários pela Universidade Federal de Viçosa. Ela se tornou mestra apresentando o tema "Cachoeiro na Obra de Rubem Braga).

 

Educação e Cortesia no Trânsito

 

Na noite do dia 1º de abril, sim, no dia primeiro de abril, falei uma verdade, melhor, escrevi uma verdade em página da internet - facebook (mensagem curta, se não ninguém lê, nem eu). Sucesso não usual: mais de 300 pessoas leram o texto antes de 48 horas da publicação na rede.

 

Minha redação era a seguinte (um pouco melhorada, mas na essência a mesma): "Ontem, saí do escritório, de carro, para vir para casa. Trânsito intenso. Resolvi que seria cortês durante o trajeto e fui. Dei passagem nos sinais para quem estava correto e, até para quem achei que deveria dar passagem, por ser criança, mulher ou idoso, ou apressado. Dei passagem a motoristas e motociclistas que entravam na via principal, quando a preferência era minha, mas não tinha problema na gentileza ou na segurança.

 

Não me arrependi. Com toda cortesia, eu chegaria uns trinta segundos atrasado em casa, é cálculo que fiz e faço agora e o reconheço certo. Ocorre que outro motorista, na sua "vez", foi tão atencioso comigo, dando-me passagem, que ganhei dez segundos com ele.

 

CONCLUSÃO: Ser cortês me custou apenas 20 segundos da minha vida, vi pessoas sorrindo que, "normalmente" não sorririam para mim - apenas teria visto o vulto delas, nunca os olhos. Vi e cheguei em casa muito mais feliz. Da minha cabeça saiu em letras maiúsculas que FELICIDADE NÃO TEM PREÇO, e que eu iria fazer essas coisas todos os dias".

 

Depois, analisando o fato e a nota e a repercussão deles, notei que, na maior parte das vezes, deixamos de ser atenciosos e de dar a vez ao próximo, achando que vamos perder muito e quase nunca perdemos. Vi que, se parar para analisar, na maior parte das vezes, nós ganhamos, como ganhei na tarde/noite de primeiro de abril.

 

Patrimônios Culturais de Cachoeiro

 

Segundo dados que me chegaram, e não duvido deles, a última vez que houve tombamento legal efetivo de imóvel histórico em Cachoeiro foi em 2005. Então, já se vão dez anos de quase completo abandono do patrimônio cultural da cidade, das construções históricas do município.

 

Pior do que não providenciar a proteção do patrimônio por meio de legislação adequada e eficaz, é esconder a relação desse patrimônio, que deveria ser publicada em Órgão Oficial do Município, mas eu nunca vi lá.

 

Não tem problema, entre os documentos que me chegaram está a relação oficial e escondida, que reproduzo, como vou reproduzir outro documento do patrimônio cultural que também me chegou meio que escondido: a relação dos patrimônios históricos de interesse de tombamento de Cachoeiro de Itapemirim.

 

 

 


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