Essa semana completo 45 anos de vida!!! Com isso, surgem muitas reflexões, descartes e aprimoramentos a serem feitos. Ouvi de alguém: "Oba, vai completar mais um ano"! Contudo, outro disse: Ufá, seu tempo de vida está se esgotando! Qual a diferença se ambos entendimentos retratam a realidade? O ponto de vista, é claro.

Por óbvio que, se a morte é uma realidade e se a expectativa média de vida dos brasileiros é de 72,2 anos, matematicamente, tenho, em regra, menos tempo pra frente do que tive pra trás. E daí? Por que me preocupar se a última palavra não é o IBGE, mas de Deus? Por que pensar no fim se, a cada novo dia, novas oportunidades saltam a nossa frente e sempre podemos escolher o melhor, pois a alma não envelhece: ela é livre e eterna.

Diz a música: a vida é um trem bala que, no de repente, muda a estação e, com ela, a paisagem, os passageiros, mas muda também nossa visão sobre a vida e sobre nós mesmos, a isso chamamos de amadurecimento. Amadurecer é muito bom porque nos permite enxergar além dos fatos e/ou dos acasos.

Passageira ou não, na vida, há coisas que ficam para sempre em nossos corações; há pessoas que partiram, mas permanecem vivas, enquanto outras chegam como se sempre estivessem por aqui, mas há também quem se afaste e nem percebemos; há lembranças gostosas de serem recordadas, mas há outras que, por escolha, lançamos ao relento para que sejam esquecidas; há ações e reações; acertos e desacertos; sorrisos e choros; há coerências e contradições.

Assim, em meio aos contrassensos, às dores e alegrias, aos fracassos e recomeços, a vida muda suas estações e, se escrevo essa mensagem hoje, ainda estou por aqui experimentando essas mudanças. Por isso vivo o processo cotidiano da dependência e da gratidão àquele que, todos os dias, renova em mim suas misericórdias: Deus.

Bem verdade que, com o passar dos anos, o corpo muda e se fragiliza, daí começa a luta contra os percalços das quedas físicas. Afinal, envelhecer faz parte do trajeto de quem permanece por aqui, logo, porque reclamar?

Gosto do gosto do amadurecimento que o tempo gera e do encanto que se revela por trás das pequenas coisas: do cheiro da chuva, do balançar das árvores ao vento, da sabedoria que se constrói com as derrotas e das alegrias que se revela nas vitórias. Por mais que, vez e outra, a vida machuque, gosto do olhar maduro sob os desafios que nos permitem, pela fé, enxergar o que, no momento, o olho não é capaz de perceber.

Alegro-me pela certeza de que, até aqui, o Senhor me ajudou e de que, junto Dele, uma nova, quiçá, ainda longa, estrada tenho a percorrer, sempre avançando na certeza de que, nunca, em momento algum, estarei só.

Isso porque depois de Quatro.Cinco anos por aqui, de algumas perdas significativas e de muitas superações, aprendi a amar a experiência diária que a presença do Espírito Santo me permite saborear; amo estar em família; entre amigos e entre os irmãos de fé porque, escolher estar nas mãos de Deus, na minha vida, tem feito da minha viagem nesse trem bala, que é a vida, uma experiência da qual não abro mão.

Que venham os próximos Quatro.Seis, [...], Cinco.Zero, [...], sempre com a presença de Deus no meu vagão, pois, com Ele, o encanto se sobressai independente do momento vivido: se tempestuoso ou se ensolarado.

Junto de Deus, a vida se torna mais poética, as emoções mais latentes, a paz mais frequente e o que, de fato, importa se revela mais prazeroso.

Por isso e muito mais, hoje, nessa coluna, eternizo minha gratidão a Deus pelos 45 anos de vida e, como o Rei Davi um dia disse, também afirmo: todas as coisas eu posso, menos estar longe do Senhor. Por isso, encerro com Salmo 51:10-11

          

Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto.

Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo.