Casagrande é acusado de manter o estado organizado - Jornal Fato
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Casagrande é acusado de manter o estado organizado

O capixaba sabe bem a diferença entre um governo organizado e a gestão pelo crime organizado, pois sofreu com isso.


- Foto: Hélio Filho/Secom

É isso mesmo. Uma das principais críticas feitas ao governador Renato Casagrande (PSB) ao longo de todo o período eleitoral é a de que ele faz uma gestão que mantém organizadas as finanças do Espírito Santo.

Os resultados alcançados por sua gestão fiscal, deram ao Espírito Santo musculatura suficiente para atravessar crises sucessivas, sem se endividar e, mais do que isso, capacidade de investimento em obras, programas sociais, saúde, educação, segurança e ainda ter reserva para induzir o desenvolvimento, com atração e incentivo à atividade produtiva.

A crítica repetida à exaustão é de que a responsabilidade fiscal, com a qual o estado é tratado há duas décadas, não pode se sobrepor à responsabilidade social. Dizem isso como se ambas as responsabilidades fossem antagônicas, mas, pelo contrário, são complementares.

Está aí para quem quiser ver, o estado com saúde financeira suficiente para suportar a redução do ICMS sobre combustíveis, que baixou o valor dos combustíveis à custa da frustração de receita das Unidades de Federação. E ainda avançar, na diminuição de tributos em outras áreas não incluídas na regra federal, como se propõe a fazer com o GNV e o gás de cozinha.

É importante que o Espírito Santo possa, paralelamente, como já faz, complementar a renda de famílias não atendidas por programas sociais nacionais e, mesmo assim, ser capaz de investimentos nos municípios. Para ficar em dois exemplos, são mais de R$ 500 milhões em Cachoeiro, e de R$ 100 milhões, em Marataízes, volume inédito até então.

Só com a casa em ordem e as finanças em dia é possível investir em políticas que ajudem quem mais precisa, que distribuam renda e gerem oportunidades. Não se deve renunciar à responsabilidade com o dinheiro público, pois, sem ela, fica impossível socorrer os mais pobres e dar a eles condições de melhorar de vida.

Sem organização fica impossível agir com celeridade, ajudando na reconstrução das cidades e no apoio até mesmo financeiro às vítimas de catástrofes naturais, como na enchente de 2020. Na pandemia, quando a emergência em saúde foi mais grave, houve aumento de leitos em hospitais e até mesmo a inauguração do hospital do Aquidaban, em Cachoeiro. Legado que fica.

E governar é isso: fazer o que é preciso, eleger prioridades e ampliar sempre a capacidade de fazer, pois as necessidades são inesgotáveis. O contrário, é desgoverno.

O capixaba sabe bem a diferença entre um governo organizado e a gestão pelo crime organizado. Pois já sofreu com isso, na época em que mandatários e instituições ou estavam diretamente ligados a atividades ilícitas, ou eram coagidos por elas. Um período triste da história do Espírito Santo que, se espera, tenha ficado definitivamente para trás.


Wagner Santos Diretor e editor Jornalista

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