Dia 8 de março e todos os outros 364 dias do ano são delas - Jornal Fato
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Dia 8 de março e todos os outros 364 dias do ano são delas

Hoje não vim falar de violência contra a mulher, apesar da pauta ser pertinente. Vim enaltecer as flores, mas sem esquecer dos espinhos


Por Henrique Lima Couto

 

Vivemos em um país em que o feminicídio cresce em larga escala e por motivos cada vez mais banais; onde a palavra da mulher e ela própria não tem o devido valor e respeito. A impressão que se tem é de que não paramos para pensar na importância da mulher como ser humano, para a sociedade, para a família e para as outras mulheres. Muito embora exista esta crescente no número de feminicídios, elas vivem cerca de 7 anos a mais que os homens, de acordo com dados do IBGE.

Hoje não vim falar de violência contra a mulher, apesar da pauta ser pertinente. Vim enaltecer as flores, mas sem esquecer dos espinhos. E me pergunto: o que faz com que elas vivam mais? Historicamente as mulheres carregam consigo múltiplas funções atribuídas a quem, no passado, limitava-se a "só ficar em casa": lavar, passar, cozinhar, cuidar da casa, dos filhos, do marido. Seis funções que, se destrinchadas, podem dobrar ou triplicar. Com o passar dos anos elas vêm ocupando seu lugar na sociedade, em altos cargos de grandes empresas, assumem o posto de chefes de família e se reinventam dia após dia. Finalmente! Mesmo saindo de casa para assumir sua posição no mercado de trabalho, muitas continuam com a sobrecarga das tarefas citadas anteriormente, com pouca ou nenhuma ajuda na maioria dos casos. E não há nada de belo nisso. É injusto e muitas vezes covarde.

A mulher é uma divindade, fortaleza admirável que antes de pensar em si, coloca os seus em primeiro lugar. Acredito que o segredo da longevidade feminina está aí. A mulher é um ser ímpar, que enfrenta desafios e se reinventa sempre que necessário. Ela enxerga além do que se pode ver, sabe que para ser o pilar que sustenta a família, precisa olhar para si, cuidar da sua saúde, da alimentação. A mulher não tem vergonha ou preconceito em passar por exames periódicos e consultas médicas. Cuidar da saúde para elas não as diminui, pelo contrário. Cuidar da saúde do corpo e da alma é a peça fundamental que mantém todas as engrenagens funcionando em equilíbrio.

Não há nada que a mulher não seja capaz de fazer ou alcançar. Elas não vivem para provar nada pra ninguém, vivem para si e para os que ama. E para nós, homens, é mais uma lição e exemplo a ser seguido.


Henrique Lima Couto é

Mastologista e Membro

Titular da Sociedade

Brasileira de Mastologia


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