É fácil reconhecer o psicopata. Ele não é nervoso ou inseguro. Parece sadio e simpático. Ele em geral tem encanto e inteligência, forjada no interesse sem afetividade ou sem culpa para atrapalhar. Ele tem uma espantosa capacidade de manipulação das pessoas por mentira, sedução e se precisar, chantagem.

Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações, sempre se achando inocente ou "vítima" do mundo, do qual tem de se vingar. Ele em geral não delira. Seus atos mais cruéis são justificados como naturais. Ele não sente remorso nem vergonha do que faz. Ele mente compulsivamente e, muitas vezes, acredita na própria mentira. Não tem insigths nem aprende com a experiência, simplesmente porque acha que não tem nada a aprender.

Psicopatas são eficientes e inescrupulosos e deveriam ser segregados de qualquer convívio social. Permanentemente.

Excelente texto a propósito da tragédia do menor Henry.

O que levou o Dr. Jairinho a torturar crianças a ponto de matar.  

O psicanalista J. A. Miller cita sobre os "crimes de utilidade" e "crimes de gozo".

Enquanto o "crime de utilidade" tem o objetivo de trazer algum ganho para o seu perpetrador, o "crime de gozo" é desmotivado, inútil, incompreensível. O ganho para o assassino está na obtenção de uma satisfação única, cruel e inumana, que flerta com a morte.

Prazer mórbido para um, dores imensas para outros.

Agora na prisão, Monique Medeiros, mãe de Henry, escreve uma carta tentando incriminar o Dr. Jairinho, tentando fazer-se de vítima. Dizendo que foi manipulada pelo parceiro, vigiada devido ao ciúme doentio dele e que também foi agredida por este.

Como a justiça no Brasil é muito falha, se a Monique for condenada há trinta anos, por exemplo, ela começa a participar de atividades religiosas no presídio, pode chegar a líder, faz trabalhos comunitários e dentro de dez a quinze anos pode estar livre.