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Lei da Semeadura

Os frutos sempre despencam a nossa frente, mas, embora cada fase da vida seja única, a juventude é uma fase belíssima


- Foto: Reprodução/Web

Seja qual for a crença, de fato, a vida, tal como conhecemos, é uma só. Se não bastasse, todos os dias somos levados a fazer escolhas que geram ações, retrações e reações. Algumas tem reflexos momentâneos, mas, outras, interferem em toda a nossa existência gerando alegria ou dor.

Independentemente da situação, cada palavra dita, ou omitida, cada ação aplicada, positiva ou negativa, e cada reação manifestada equivale a plantações de modo que, gostando ou não do resultado, irão definir os frutos que vamos colher em nossas vidas. Chamam isso de Lei da Semeadura e, como a morte, é uma realidade irrefutável. A bíblia cristã apresenta essa lei:

Porque semearam vento, e segarão tormenta, não haverá seara, a erva não dará farinha; se a der, tragá-la-ão os estrangeiros. Oséias 8:7

Os frutos sempre despencam a nossa frente, mas, embora cada fase da vida seja única, a juventude é uma fase belíssima. Nela, vive-se o auge da força física, do ânimo e dos sonhos, logo, é um momento chave para as boas plantações, o que tende a possibilitar que os frutos da maturidade sejam mais doces e agradáveis.

Por isso, em vários capítulos, a bíblia, sagrada para nós cristãos, se refere aos jovens como o sinônimo de força, mas os adverte a ter a consciência de que o tempo passa e o vigor se esvai:

Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo. Eclesiastes 11:9

Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;

Eclesiastes 12:1

Considerando que a lei da semeadura é inegável e vigora enquanto estivermos por aqui, é preocupante que crianças e jovens percam horas nas redes sociais, vivendo virtualmente vidas que não são as suas; sonhando realidades que não lhes pertencem e que, se não construída no cotidiano do sonhador, jamais serão alcançadas.

Ressalvadas exceções, a vida na ilusão, especialmente na fase do vigor, sem uma ação que mude o ponto de insatisfação, gera ansiedade, frustação e tendências autodestrutivas, o que torna nossos jovens vulneráveis a dependências químicas e doenças emocionais.

Ser jovem é uma dádiva de Deus, mas, como tudo na vida, a juventude passa e, se formos agraciados com uma vida longa, a maior parte do tempo, seremos adultos e, nessa fase, os boletos surgem, as responsabilidades se acentuam, as dores físicas aparecem, as frustrações são intensificadas e a vida, desconstruída na adolescência, começa a pesar física e emocionalmente.

Por isso, se pudesse dar uma dica maternal aos jovens, diria: sejam felizes, mas não se esqueçam de que as plantações de hoje irão gerar os frutos do amanhã. Diria ainda: somos formados por um corpo que perece, uma alma que tem sede do Criador, e um espírito a ser preenchido com o que dermos legalidade para entrar em nós. Quanto mais novos entendermos isso, mais plena será nossa passageira existência material.

Todavia, seja qual for a idade, enquanto há sopro de vida, existe esperança de que boas colheitas ocorram. Isso, em geral, depende de nós, contudo, quando nos deparamos com nossos impossíveis, pela fé, cremos que Deus é capaz de mudar o quadro. Nesse caso, precisamos de aceitar o tratamento de Cristo em nossas vidas, o resto é com Ele.

Estar atento ao que clama nossa alma, não só o corpo, é um bom começo para refutar hoje as frustações a serem colhidas no futuro.

 

 


Katiuscia Marins Colunista/Jornal Fato Advogada e professora

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