Mais um suspiro
Mais um suspiro e deitaram-se sobre o leito
Mais um suspiro e deitaram-se
sobre o leito.
No peito cordão pseuda prata
cansados beijaram-se de consolo e cansaço.
e abraçaram-se exaustos vaporizados um no outro.
No mesmo corpo bebido com sussurros ditos no ouvido
místicos e nas mãos vai um punhado de sorrisos
e no porto de lençóis onde ventou a voz esquentando tantos panos cobrindo a nudez estupenda.
o amor vicejou como a sereia se deleitou assim com ondas e as flores seus jardins
e os olhos cerraram-se fadigados enquanto os astros empurravam entre as telhas vermelhas a luz da estrela para iluminar o quarto.
e o que era pouco a poucos instantes, adornava corpos brilhantes e bocas molhadas
não haviam mais palavras depois do martírio glorioso dos corpos afogados na própria saliva.
nada estranho nem lógico depois que a mão sob o braço abraçava o tórax dourado
foi o mar vibrando
espumante...
amando seus peixes
tal os corais qual os amantes durante a fração do sonho
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Ando por dentro de mim
de mim mesmo
ando a esmo
e vejo tanta dor escondida que nem o pranto alivia
o dilúvio...a ferida
e cada fragmento do riso que foi para dentro gargalhando os anos que sorri
caminho meu próprio passo e um pedaço de mim arde a tarde arrependida
o dia que se apagou
a noite que não amei.
e tanto faz o rumo
o prumo sou eu
a inclinação...
a hora em que o sol se apaga e acende a lagrima próxima.
enfim ando assim dentro de mim e acendo o caminho que termino
em mim mesmo...
porque se sou fim
também sou começo