Mudança de Hábitos - Jornal Fato
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Mudança de Hábitos

Existem alguns hábitos na minha vida que tento mudar, e não é de hoje


Existem alguns hábitos na minha vida que tento mudar, e não é de hoje. Um deles, o de gostar da minha roupa de cama impecavelmente passada. E de lençóis brancos de algodão de muitos fios que hoje nem posso pagar.

As roupas de vestir então, nem vou falar nada. Tenho tentado comprar aquelas que não precisam ser passadas e vão do varal ao cabide, sem nenhum sofrimento, mas nem sempre isso é possível.

Ainda me lembro das viagens a trabalho em que impreterivelmente tinha que contratar os serviços do hotel para repassar as roupas de linho e cambraia de linho. Cada amassado era um sofrimento. Até para sentar era sofrido para uma neurótica por roupas bem passadas.

Confesso que às vezes, raramente, até coloco uma fronha sem passar, mas a sensação de que alguma coisa está muito errada me persegue. Isso me incomoda, por mais que as pessoas "manguem" de mim, como diriam os colegas da minha infância em Madre de Deus, na Bahia.

Percebo a cada dia que tenho manias e rituais, que preciso me preparar para estar fora de casa, que preciso de um tempo na cama antes que o sono chegue, enfim, talvez seja mania de pessoa que já passou dos 15 faz tempo.

Mas tem decisões que conquistei a duras penas, e não quero mudar de jeito nenhum. Um deles é aprender a dizer não sem peso na consciência ao que não me faz bem.

O afastamento de pessoas tóxicas e que não agregam valor também foi um passo importante. Sempre comento com algumas amigas que a pandemia acabou fazendo uma seleção natural.

Já pensou em quem, ou o quê realmente fez falta na sua vida nesses 19 meses? No que parecia insubstituível, inadiável e imprescindível e hoje é perfeitamente dispensável?

Penso nisso sempre. E estou num exercício mental para, no pós-pandemia, seguir em frente com menos peso, menos culpa e mais liberdade para me aventurar e ser feliz.

Se o nosso cérebro é uma máquina de desculpas, como diz o professor Leandro Karnal, e sair da zona de conforto é difícil, é preciso esforço supremo, força de vontade e determinação para fazer com a utopia do dia 31 de dezembro se cumpra no mundo real e das inquietações que se inicia no dia 1º de janeiro.

Quem sabe um dia eu chego lá. Estabelecer metas realistas é preciso. Um passo de cada vez, devagar e sempre.


Anete Lacerda Jornalista

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