O tempo de Victor Coelho
Mesmo sem poder se recandidatar, Victor será polo importante na eleição do ano que vem
As articulações andam a mil nos bastidores da política em Cachoeiro de Itapemirim, com pré-candidatos a prefeito pisando no acelerador a mais de um ano das eleições.
Tanta movimentação tem rendido análises políticas diversificadas, mas, de concreto, pouco, quase nada.
E muito disso se deve à parcimônia estratégica com que o prefeito Victor Coelho (PSB) tem tratado o assunto.
Quem chega ao município e percebe o volume de obras em andamento, imagina que se trata do penúltimo ano de gestão de algum candidato à reeleição.
Mas, não.
É - além do fruto do trabalho dos últimos seis anos - a forma como Victor encontrou para lidar com a própria sucessão.
Combalido após a polêmica atualização do IPTU, o prefeito ressurge com uma gestão de resultados, com forte apoio do governo estadual.
O pacote de infraestrutura é impressionante. Talvez o maior da história do município.
É claro que as obras trazem transtornos transitórios, principalmente por quem transita ou empreende no Centro.
Por outro lado, o benefício para a periferia, que é onde vive a maior parte da população, será duradouro e não facilmente esquecido.
Mesmo quem detrata o prefeito por estratégia eleitoral sabe: o que está em andamento é grande e há ainda mais por vir.
Boa parte do que é plantado pela administração municipal, será colhido no período eleitoral, com entregas robustas, que tendem a mudar para a melhor a percepção sobre a gestão e o gestor.
Sendo assim, percebe-se que qualquer político que queira chegar à Prefeitura e vislumbre possibilidade, tenta se aproximar daquilo que a gestão tem de bom.
É o que diminui o tom e a quantidade de críticas.
Mesmo sem poder se recandidatar, Victor será polo importante na eleição do ano que vem.
Como não tem nenhum pupilo definido para sucedê-lo, está rodeado por políticos interessados em sê-lo.
Mas não vai apoiar quem não o apoie de volta e defenda seu legado abertamente.
E com isso, ninguém teve coragem de se comprometer, ainda.
A indefinição de Victor deixa também indefinido o cenário.
De certa forma, é ele quem dita o tempo eleitoral.
E, ao que parece, não está com pressa para recomendar ninguém.
Se fizer isso muito cedo, põe termo à sua gestão - hoje a pleno vapor - antes da hora.
Ele sabe disso e, ao invés de querelas eleitorais, se dedica a entregar o máximo de resultados no tempo que lhe resta de mandato.