Pela vida das mulheres - Jornal Fato
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Pela vida das mulheres

O Dia Internacional da Mulher deve ser relembrado através de manifesto político e de conscientização e só poderá ser comemorado festivamente quando a igualdade de gênero se tornar realidade.


O 8 de março é um dia de luta das mulheres pelos direitos ainda negados, e de denúncia das  estruturas que oprimem, exploram e matam. Não é dia de se distribuir rosas - não se sensibiliza com flores quanto há tanto a ser alcançado. Não é dia de se oferecer bombons - não há doce capaz de aplacar o amargor da vida cotidiana. Não é dia de "empoderar" mulheres com maquiagens e cortes de cabelo - o que elas querem é igualdade de oportunidades, emprego, respeito, maternidade consciente, direito a sexualidade, possibilidade de seus filhos usufruírem de creches e escolas em tempo integral para que possam trabalhar, e a divisão de tarefas domésticas. Elas desejam que acatem suas opiniões e que possam gerenciar seus ganhos livremente, de receber salários igualitários por tarefas compatíveis, e enfim usufruir de plena cidadania. O que reivindicam são políticas públicas e sociais.

O Dia Internacional da Mulher deve ser relembrado através de manifesto político e de conscientização e só poderá ser comemorado festivamente quando a igualdade de gênero se tornar realidade. As mulheres não demandam por superioridade, apenas por direitos e deveres iguais, elas clamam pelo direito de livremente manterem um relacionamento ou de encerra-lo, e pela possibilidade de reconstruírem a vida com novos parceiros sem coloca-la em risco. No ano de 2020 foram registrados 102 assassinatos de mulheres no Espírito Santo, maioria esmagadora por feminicídio, mortes que aconteceram no próprio lar tendo como autores os companheiros.

As mulheres brasileiras lutam nessa época de pandemia com a desemprego, a impossibilidade de trabalharem em consequência do fechamento de creches e escolas, o agravamento da crise financeira, com o custo de vida aumentando a cada dia. Vive-se uma crise econômica e social de altíssimo risco e o maior atinge as mulheres, são elas que enfrentam o dia a dia das panelas vazias e dos filhos esfomeados e a elas ainda é negado o direito reprodutivo consciente.

Neste 8 de março estaremos nas ruas protestando silenciosamente, sem aglomeração como exige o protocolo da pandemia, e através do lema, PELA VIDA DAS MULHERES, declaramos publicamente que basta de machismo, racismo, LGBTfobia e todas as formas de violência. Exigimos liberdade, reivindicamos igualdade e confiamos que a fraternidade virá como consequência.

 

 


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