Salmo 133 - Jornal Fato
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Salmo 133

Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união


Foto: Ilustrativa

"Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união / É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce sobre a gola de suas vestes / Como o orvalho de Hermon, que desce sobre os Montes de Sião, porque ali o senhor ordena a benção e a vida para sempre." É o Salmo da Fraternidade. Neste fim de semana, deixei a poesia, crônicas, romances e contos de literatura geral de lado. Busquei o texto bíblico, um cântico, o Salmo aliviou minhas angústias. Nada mais apropriado para os tempos em que vivemos que o Salmo 133 para alivio de nossas tensões. Os seus versos aliviam medos, perdas de vidas e materiais; aliviam conflitos e ganâncias; na desunião ele nos guiará; se existir desconfianças, em seus versos nos fortalecemos. Não importa se Cristão, Judeu ou Muçulmano; não importa a crença, basta boa vontade para ouvir e aceitar sua melodia: Oh! Quão bom e quão suave é...  O Salmo 133 nos traz a paz de espírito ao afirmar que é suave e bom a união; que o óleo precioso nos une ao ser superior; que o orvalho do Monte maior de Hermon se juntará ao Monte menor de Sião e que a terra santa de Jerusalém, de norte a sul, facilitará a vida com a benção de Deus. O Salmo 133 nos associa aos desejos naturais dos seres humanos: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Afirma que somos seres para o bem. Um cântico que nos encaminha ao direito de ir e vir; livres de maus costumes; livres dos vícios; livres dos preconceitos; livres de nossas vontades; livres para vencer nossas paixões e, principalmente, livres de nossas vaidades.

Em meio à leitura dos textos bíblicos, recebi uma mensagem do Marlus Thompson, médico intensivista, Coordenador da UTI do Heci Central e Litoral, UTI Geral e Covid-19, estava escrito por sua esposa Kelly V. W. Thompson, escritora e psicóloga, "Sem Inspirar: Ando sem freio, como se os dias estivessem andando em disparada, descendo uma ladeira interminável. Como se até mesmo o tempo estivesse suspenso numa espiral frenética, onde os dias se atropelam. Ando com a emoção visível, assim como se fosse um quadro enorme, impossível de não ver. A visão de perto assusta, de longe exige esforço grande demais para capturar sutilezas e, definitivamente, a possibilidade de não ver é impossível. Ando saturada com a arrogância, preconceitos, falta de empatia, intolerâncias... ando sem inspirar, 'I can't breath!', é o que meus ouvidos quase maestros, resolveram ecoar infinitamente em mim. Não são as mascaras que me incomodam; não é a asma que me visita esporadicamente que me incomoda. São as coisas...  do discurso do ódio." Nesses tempos de pandemia, do Covid-19, do distanciamento social e físico, tempos de novos hábitos, comportamento e estilo de vida, a poesia pode ser encontrada nas escrituras sagradas, em seus cânticos, na essência de palavras e versos, em um ambiente livre de paixões e vaidades, na formação da Egrégora para proteção de vidas e almas humanas. Na humildade de sermos pó e que ao pó voltaremos.

 

Sergio Damião Sant'Anna Moraes


Sergio Damião Médico e cronista

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