Lá na minha adolescência, eu cheguei a acreditar que pra ser amor de verdade, antes precisaria passa por um vale de lágrimas, aquele famoso drama digno dos filmes, novelas e livros de romances que eu lia naquela época; acreditei que dividir a vida com uma pessoa seria como uma LUTA diária? Cheguei até a pensar que crises de ciúmes eram uma importante prova de amor e que, vez ou outra, dormir no sofá da sala fazia parte de todos os relacionamentos bem sucedidos. 

Mas o pior mesmo foi quando acreditei que os opostos se atraíam e que o amor tudo suportaria? Quanto tempo negociando valores inegociáveis pra mim e investindo na direção contrária ao que era genuinamente compatível comigo! Acreditei tanto nisso que cheguei a viver uma relação onde a contabilidade do amor era feita na subtração da minha sanidade mental e com isso, vivia travando minhas lutas internas tentando me encolher para caber no mundo do outro; e as lutas externas aconteciam com cenas dignas de um dramalhão mexicano quando eu, por algum descuido, ousasse ser eu mesma. E foi preciso passar por algumas noites em claro até perceber que precisaria começar a desconstruir o que fui ensinada a acreditar e entendi que só o amor não bastava, que para ter paz na relação, não seria necessário travar nenhuma guerra, não teria que ter vencedores e muito menos, perdedores? E a chave virou quando finalmente entendi que não precisaria vincular amor a dor e muito menos passar por momentos difíceis para viver o meu tão sonhado FINAL FELIZ.