Anotador de factuais substitui escrevedor de vagabundices - Jornal Fato
Artigos

Anotador de factuais substitui escrevedor de vagabundices

Segundo matéria recente deste FATO, um dos nomes ventilados para concorrer ao título de Cachoeirense Presente de 2024 é o de Dona Maria Laurinda Adão


- Foto: Luan Volpato

Excepcionalmente nesta coluna, por motivo de força menor, o escrevedor de vagabundices - e não é isso, afinal, a crônica? - dá lugar ao eventual anotador de factuais. Antes, porém, de seguirmos com as pautas desta edição, façamos a abertura dos trabalhos (da gira) com uma oração...

 

Pássaros nossos, que estais nos céus,

santificados sejam os vossos cantos,

venham a vós os bons ventos,

seja tida vossa liberdade

assim na terra como no ar.

 

O grão vosso de cada dia vos alimente hoje,

perdoeis as nossas indiferenças,

assim como perdoeis

a quem vos tem prendido,

não vos deixeis cair em alçapão,

mas livreis-vos do mal.

Assim seja.

 

BANDANA DRUMMONIANA

Cachoeiro de Itapemirim registrou, ontem, a seiscentas e sem-graçonésima paráfrase drummoniana: tinha um bandana no meio do pátio. A citação ocorreu no condomínio Mais Rubi (embora minha pedra seja ametista, Blanc), no São Lucas, bairro que, apesar de nome de santo, tem espírito de porco.

O colunista, que "viaja até em palito de picolé", cogitou esboçar algumas especulações em torno do adereço. Contudo, não houve tempo. Um vizinho de boa-fé retirou a bandana do chão e a colocou, sã e salva, sobre o cano de uma caixa d'água, rente ao bloco à frente. Empatia também é poesia.  

 

PRESENTE E RESISTENTE

Segundo matéria recente deste FATO, um dos nomes ventilados para concorrer ao título de Cachoeirense Presente de 2024 é o de Dona Maria Laurinda Adão, mestra da cultura popular da cidade. Ela que, a exemplo de mestre Pastinha, também já foi à África, mas para mostrar o caxambu do Brasil.

 Batucando no couro, a coluna CHUVA FINA reforça o coro de todos os cidadãos que desejam (mais) essa honraria à Maria Laurinda, já laureada, desde sempre, por vossas altezas ancestrais, de Palmares a Monte Alegre.

 

POLÍTICA DO JOÃO-DE-BARRO

Durante um estouro da boiada em Copacabana, no último domingo, Nikulá-ele Ferreira disse que a política brasileira precisa de "homens com testosterona". Em provável resposta ao parlamotário, Lula gravou e postou um singelo tratado sobre o joão-de-barro, mostrando que, para governar, é preciso lirismo.

 

PENSAMENTO DA MADRUGA

Divididas entre dias inúteis, goles de café, TNISP (telefonemas não identificados de São Paulo) e anúncios de YouTube, nossas semanas são entremeadas, ainda, por esperanças que se esvaem ao fim da tarde, mas que se renovam à meia-noite, onde, por "increça que parível", a luz é a própria escuridão.


Felipe Bezerra Jornalista

Comentários