Ginásio é abandonado no litoral sul - Jornal Fato
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Ginásio é abandonado no litoral sul

Construção começou em 2012, mas espaço jamais funcionou, por falta de segurança e, neste ano, parte da estrutura desabou


A esportista Rayssa Cristinne lamenta: eventos ligados ao esporte deixaram de acontecer - Fotos: Emella Simões

O ginásio municipal de esportes localizado na Cidade Nova, atrás da Prefeitura de Marataízes, teve ordem de serviço há seis anos, mas jamais foi aberto ao público. Atualmente, é muito frequentado por usuários de droga e utilizado como 'motel' a céu aberto. A situação de abandono do imóvel chama atenção, numa cidade praiana, em que a prática de esportes é corriqueira.

A reportagem do FATO foi até lá no último final de semana, registrar a degradação. No local, foi realizado ensaio fotográfico com a modelo, Rayssa Cristinne, de 24 anos, numa reedição do tipo de cobertura que este jornal batizou de "Protesto em forma de arte".

Em março, após uma tempestade, a cobertura do local e estruturas de concreto desabaram. A prefeitura limpou, retirou as ferragens, mas, deixou os entulhos na frente do ginásio, poluindo ainda mais a visão.

Dentro, a situação não é melhor. Preservativos usados, pontas de cigarro e garrafas de bebidas alcoólicas são indícios da utilidade dada ao local por usuários anônimos.

A modelo, que emprestou sua beleza para contrastar com as nem um pouco belas condições do local, cursa Educação Física e é atleta de jiu-jitsu. Como esportista, opina que o ginásio seria importante para o município. "Eventos ligado ao esporte poderiam ter ocorrido no espaço. Eu como jovem e apaixonada pelo esporte, fico triste com o descaso", disse.

 

Obra

A construção do ginásio começou no dia 15 de março de 2012, com investimento de aproximadamente R$ 1,7 milhão. Quando pronto, sua capacidade seria para 1,6 mil pessoas. A estrutura ocuparia 2.124 m² de área construída, com arquibancadas, área de lazer, lanchonete, vestiários e sanitários.

Quatro anos depois, em 2016, a prefeitura alegava problemas no projeto inicial que impediam a inauguração. Em solenidade no local, o ex-prefeito Jander Nunes Vidal assinou a ordem de serviço para a "Reforma e Instalação de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico", conforme exigência do Corpo do Bombeiros, que considerava a obra insegura, para liberar o alvará.

Mas, após a assinatura, nada mudou e a estrutura foi deteriorada pela maresia do litoral, até o desabamento de parte dela, em março deste ano.

 

Mãos Atadas 

Segundo a assessoria de Comunicação da Prefeitura, o Ministério Público ajuizou Ação Civil Pública para apurar se há responsabilidade sobre a construção do Ginásio, especialmente por conta da queda do telhado. A Justiça deferiu liminar para que fosse sanada a situação de risco emergencial e determinou que fosse periciada a estrutura e os materiais do telhado. Somente após a perícia, o imóvel estará liberado para a Municipalidade adotar as medidas de recuperação. "Ocorre que, até a presente data, a perícia não ocorreu, situação que impossibilita o Município de adotar qualquer medida".

Ainda de acordo com a assessoria, sobre o entulho amontoado no local, precisará ser feita perícia para verificar o material utilizado na época da construção, antes que possa ser retirado.

 

Ficha Técnica

Make: Oze Monte

Modelo: Rayssa Cristinne

Fotos: Emella Simões

 

 

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