Ruas cheias. Comércio na expectativa
A maioria das lojas, ainda pela manhã com movimento fraco, mas com diversas promoções e preços convidativos para atrair os consumidores
Cachoeiro de Itapemirim iniciou sua terça-feira (4) com ruas bem movimentadas em um cenário bem diferente daquele que viveu durante semanas de Risco Extremo onde várias atividades sofreram com interrupções e restrições econômicas, entre elas, o comércio.
Mesmo com ruas cheias e trânsito movimentado, o comércio mesmo otimista, ainda vive a expectativa de dias melhores, principalmente em início de mês, com liberação de folhas de salários e semana do dia das mães.
A CNC (Confederação Nacional do Comércio calcula R$ 12,12 bi em vendas, que mesmo sendo um índice menor que 2019, o patamar que deve superar os R$ 8 bi do ano passado.
Porém, além do ponto físico, os comerciantes precisam utilizar outra ferramenta: as vendas on-line, que estão crescendo exponencialmente, e hoje em dia correspondem a 6% do faturamento total do varejo.
Prejuízos
O empresário Fernando Leal, diretor do PróVarejo, comentou com o FATO que a maior parte dos lojistas do centro e Guandu tiveram prejuízos da ordem de 60%. Porém avalia que nem todos os segmentos foram afetados, como alimentação e fastfood.
"A maioria sim, está amargando prejuízos como aluguel, salários, custos fixos e variáveis, mas esta semana a expectativa é positiva e alguns setores do comércio poderão avançar de 70% a 80% em seu faturamento do mês", conclui Leal.
Para o diretor de marketing da Acisci (Associação Comercial e Industrial de Cachoeiro de Itapemirim), Juarez Marqueti: "Tradicionalmente mãe não fica sem presente. É aproveitar essa semana com o comércio aberto mais tempo para comprar o presente da mamãe e não esquecer de ir de máscara", alerta Juarez.
Teimosos de plantão
Aliás ainda tem gente que mesmo correndo o risco de levar multa, anda sem máscara em Cachoeiro. Nossa reportagem flagrou o momento onde uma moça tentou entrar em uma loja de eletromésticos sem o acessório de segurança. Ela chegou a se irritar por que foi impedida, mas o funcionário mostrou em frente um camelô vendendo máscaras. Só assim ela conseguiu entrar no estabelecimento. O vendedor, que preferiu não aparecer, disse que é muito comum isso acontecer mas o comércio todo está seguindo à risca os protocolos de prevenção.
Mais gente nas ruas
Pontos de ônibus cheios, como habitualmente, embora com a frota trafegando em sua normalidade. Mesmo assim, reclamações de usuários dos atrasos.
Os bancos e lotéricas, como sempre, provocando diversas aglomerações e funcionários tentando organizar as filas e disponibilizando álcool 70% para as pessoas, no intuito de evitar a propagação do coronavírus. Algumas instituições repetidamente solicitam que os clientes utilizem o máximo dos recursos como aplicativos e internet banking para pagar contas, por exemplo, evitando exposição desnecessária.
Mesmo assim tem pessoas que preferem ir pessoalmente e pegar o dinheiro em mãos. Uma cliente disse ao FATO não confiar que o que se paga pelo celular é garantido, por ter sido cobrada por uma conta que havia efetuado o pagamento pelo código de barras.
A maioria das lojas, ainda pela manhã com movimento fraco, mas com diversas promoções e preços convidativos para atrair os consumidores. O gerente Anilson do Nascimento Viana comemorou o movimento de sexta-feira (30) mas disse que segunda (3) começou com movimento tímido:
"Essa semana de pagamento e dia das mães é nossa expectativa, coloquei várias promoções aqui e vamos torcer para aquecer as vendas", disse Anilson ao FATO.
União, parceria e fortalecimento do comércio é um dos caminhos que pode ajudar o setor de forma substancial. No momento em que todos dependem dessa circulação da economia local, cooperação é a palavra de ordem.
Já no comércio dos ambulantes, autônomos e camelôs alguns lamentam os prejuízos e perdas e também estão na expectativa de dias melhores. O comerciante Adriano Curcio disse ao FATO que conseguiu manter seu negócio por ser ele e a esposa e seus custos menores. Mas também relatou que teve parentes que trabalham em grandes empresas que foram desligados devido à crise financeira.
"Hoje está tudo devagar, comércio bem lento. Estamos aguardando os clientes para o dia das mães, mesmo sabendo que o valor dos benefícios está menor e falta dinheiro no mercado, mas a gente não desiste", completa Curcio.