Rua 25 de março é um passeio pela história - Jornal Fato
Especial

Rua 25 de março é um passeio pela história

As primeiras casas do arraial de Cachoeiro de Itapemirim foram levantadas no início de 1846


Foto: Divulgação

As primeiras casas do arraial de Cachoeiro de Itapemirim foram levantadas no início de 1846, na altura do atual bairro de Baiminas, sendo instalado o município de Cachoeiro de Itapemirim a 25 de março de 1867, desmembrando-se da Vila de Itapemirim.

Batizada com a data histórica: 25 de Março, uma rua que vai do Centro ao bairro Baiminas dá a oportunidade de um verdadeiro passeio pela história de Cachoeiro.  Concentra casarios centenários e outras edificações que se aproximam desse tempo de existência. A maioria guarda relação direta com a história e cultura do município.

No trecho, que antigamente servia aos tropeiros e mascates, existe um verdadeiro corredor cultural e histórico do município. Na Rua 25 de Março estão a Casa dos Braga, o Centro Operário e de Proteção Mútua, a Loja Maçônica Fraternidade e Luz e a Casa da Memória.

A Loja Maçônica Fraternidade e Luz completa em e setembro 123 anos de funcionamento na 25 de Março. Neste período, teve duas sedes. Primeiro, no prédio onde atualmente funciona o INSS, de 1908 a 1910 e, desse então, no andar superior da escola Guimarães Rosa.

Antes da escola particular, o térreo do casarão teve por décadas esteve instalada a Escola Fraternidade e Luz, dedicada às crianças mais necessitadas, conforme explica Higner Mansur, um verdadeiro guardião da cultua cachoeirense, em crônica publicada aqui mesmo, no fato, em 2018.

Maçons da Loja foram fundamentais, também, para a fundação da centenária Santa Casa de Misericórdia e do Patronato Monte Líbano, além de terem deixado seu legado na gestão pública. "A Fraternidade e Luz deu à cidade os Prefeitos Bernardo Horta (Intendente), Luiz Tinoco da Fonseca, Luiz Monteiro Lindeberg, Fernando de Abreu, Bricio Mesquita, Ary Vianna, Antenor Moreira da Fraga e Nello Vola Borelli", explica Mansur na mesma crônica.

Ressaltar a importância da Loja Maçônica é, talvez, o melhor exemplo para resumir o protagonismo da via histórica, por sua atividade social, política, cultural, beneficente, características também percebidas em moradores ilustres da vizinhança.

Ali, morou, por exemplo, a família Braga, cujo patriarca Coronel Francisco Braga, foi o primeiro prefeito da cidade. Ele é pai de dois ícones da cultura cachoeirense, que também viveram ali: Newton e Rubem Braga. A casa em que viveram é, hoje, um centro cultural.

Conheça mais sobre alguns dos imóveis históricos preservados, patrimônios culturais que representam parte da história viva de Cachoeiro de Itapemirim: 

Casa dos Braga

Um dos locais mais emblemáticos da cidade, a casa que abrigou o cronista Rubem Braga e o seu irmão poeta Newton na infância serve à população como biblioteca pública. Também é palco de eventos culturais, como lançamento de livros, saraus etc. 

 

Loja Maçônica Fraternidade e Luz

A foto é de 1910, reproduzida do livro de fotografias mandado editar por Jerônimo Monteiro. O imóvel está praticamente o mesmo. (do lado esquerdo da loja, que é o sobrado, a Casa da Memória, pouquissimamente modificada em seu estilo e frente. A primeira casa, do lado direito da foto, é a casa na qual morou Bernardo Horta, o maior homem público da cidade, segundo avaliação de Newton Braga.

 

Casa da Memória

A edificação foi tombada em 22 de dezembro de 1988 para o patrimônio histórico de Cachoeiro. Atualmente, funciona no local a Biblioteca Municipal "Walter Major dos Santos Paiva".

 

Centro Operário

O imóvel do Centro Operário e de Proteção Mútua tem mais de um século de existência. A entidade que ali funcionou é considerada precursora do sindicalismo brasileiro. Muito antes da fundação dos primeiros sindicatos, exercia funções do interesse do trabalhador, segundo historiadores locais.

 

Casa do Estudante

Fundada em 27 de março de 1947, por Pedro Estellita Herkenhoff, a Casa do Estudante de Cachoeiro de Itapemirim (CECI) foi, até a década de 1970, local de formação política e polo de irradiação cultural para várias gerações de jovens cachoeirenses.

Comentários