Todos os leitos de UTI, destinado para o tratamento de pacientes com coronavírus, estão ocupados. Nesta quarta-feira, após três dias de espera, no Centro de Saúde Paulo Pereira Gomes, uma paciente, diagnosticada com covid-19, precisou ser transferida para Vitória, após o caso chegar ao conhecimento da imprensa.

Em Cachoeiro de Itapemirim, Ezequiel e as irmãs lutaram para conseguir um leito para a mãe, Alice Maria Isabel, de 47 anos, que estava internada no Paulo Pereira Gomes desde o último domingo (14).

Segundo ele, ela sofre de diabetes. Ezequiel conta que ela esteve na unidade outras vezes e chegou a fazer o teste para Covid-19, mas que deram negativo. No domingo, ela passou muito mal e não conseguia respirar. Foi levada novamente para o pronto atendimento, e, ao chegar na unidade,  foi direto para o oxigênio.

"Dessa vez, ela estava bem ruim, fizeram outro teste, que deu positivo. Desde então, estávamos correndo atrás para conseguir um leito na UTI para ela. O médico informou que ela podia não agüentar muito tempo entubada, ficamos desesperados", comenta.

Alice foi transferida para o Hospital Estadual Jayme dos Santos Neves, na Serra, no início da tarde desta quarta-feira (17).

 

 OCUPADOS

A saúde no sul do Espírito Santo já está em colapso, com todos os leitos de UTI ocupados.

Na Santa Casa de Cachoeiro, dos 27 leitos de UTI disponíveis para casos de Covid-19, todos estão com pacientes.

No Hospital Evangélico Litoral Sul, dos 20 leitos, 18 estão ocupados. Os outros dois estão bloqueados por falta de medicamento. O hospital informou que está em buscas desses remédios, que estão em falta no mercado.

Já na Santa Casa de Guaçuí, os dez leitos de UTI estão ocupados.

No Hospital Infantil de Cachoeiro, dos 10 leitos, apenas um está ocupado, contudo são destinados para crianças e adolescentes.

Em todo o sul do estado, 67 leitos da UTI são destinados para os casos de coronavírus, mas 57 estão sendo usados, incluindo os infantis.

Da enfermaria, dos 65 leitos disponibilizados, 45 estão ocupados.

 

NOTAS

Procurada, a Prefeitura informou que a ocupação e disponibilidade dos leitos de UTI é de competência da Sesa, e lamentou que os pacientes tenham que esperar tanto pelas vagas. "O município está intercedendo junto ao Estado pedindo e verificando sobre as vagas, mas quem trata da ampliação e falta dos leitos é a Sesa", explica.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), há uma movimentação para abertura de novos leitos, o que pode acontecer até a próxima semana.