Greve entra na terceira semana com 118 unidades da Petrobrás paralisadas
Petroleiros reivindicam a suspensão imediata da demissão de 144 trabalhadores
A greve nacional dos petroleiros entra na terceira semana e mais trabalhadores se somam ao movimento, pressionando a gestão da Petrobras para que suspenda as demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen), que já tiveram início na sexta-feira (14). O grupo reivindica a suspensão imediata da demissão dos 144 trabalhadores.
Neste final de semana, mais uma plataforma do Norte Fluminense aderiu à greve, que já se estendeu por toda a Bacia de Campos. Até o momento, 36 das 39 plataformas da região tiveram a operação entregue às equipes de contingência da Petrobrás. A mobilização é para que as três últimas plataformas da Bacia que ainda não entraram na greve (PRA-1, P-54 e P-65) se somem ao movimento nacional.
Na Bahia, os trabalhadores da Estação de Distribuição de Gás de Camaçari também paralisaram as atividades neste domingo.
A terceira semana de greve, portanto, chega com força e unidade dos trabalhadores do Sistema Petrobrás em todo o país. São 118 unidades mobilizadas, entre elas 57 plataformas, 24 terminais e todo o parque de refino da empresa: 11 refinarias, SIX (usina de xisto), Lubnor (Lubrificantes do Nordeste), AIG (Guamaré).
No edifício sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro, a Comissão Permanente de Negociação da Federação Única dos Petroleiros (FUP) já está, há 17 dias, ocupando uma sala do quarto andar do prédio, cobrando um canal de diálogo com a gestão, na busca do atendimento das reivindicações da categoria. Segundo a Federação, a Petrobras nega diálogo.
Do lado de fora do prédio, na Avenida Chile, a Vigília Resistência Petroleira vem arregimentando apoios e participação ativa de diversas outras categorias, organizações populares, estudantes e movimentos sociais.
Em Araucária, petroleiros e petroquímicos da Fafen-PR e suas famílias seguem acampados há 27 dias em frente à fábrica, resistindo ao fechamento da unidade e lutando para reverter as demissões anunciadas pela Petrobrás e que já tiveram início no último dia 14.
Na terça-feira (18), será realizada uma marcha nacional em "defesa do emprego, da Petrobrás e do Brasil", no Rio de Janeiro, com a participação de caravanas de trabalhadores de vários estados. A concentração será a partir das 16h, em frente à sede da Petrobrás, onde está instalada a Vigília Resistência Petroleira.
Abastecimento não está comprometido
Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, apesar da greve, o abastecimento de combustíveis no país não está comprometido.
"Não existe nenhuma informação de anormalidade, a não ser a de que a Petrobras está atuando com equipes de contingência", afirmou Oddone.
Com informações da Federação Única dos Petroleiros (FUP)