Ainda é sexta feira... - Jornal Fato
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Ainda é sexta feira...

A sexta-feira é o túmulo do ente amado que se foi


Foto: Divulgação

A sexta-feira é o túmulo do ente amado que se foi. A sexta-feira é a bala perdida que leva um inocente sem explicação. A sexta-feira é uma criança morta por bandidos no meio da cidade, sem que haja proteção. A sexta-feira são crianças iludidas com a promessa de uma vida melhor e feitas escravas num mundo onde supostamente não havia escravos... A sexta-feira é a fome no mundo, as guerras, a corrida armamentista, as armas de destruição em massa, o terrorismo em nome de Deus. São as doenças de gente: a aids, o câncer, a dengue, a zica, a febre amarela, a meningite, e a tão famosa praga chinesa - o Corona Vírus. E, por que não?, as doenças de bicho: a gripe aviária, a febre aftosa, a raiva... São todas as coisas que fazem a criação de Deus chorar e gemer. Porque sexta-feira é morte, é paixão, é dor, é angústia. É o sentimento de impotência que nos invade diante da tragédia, da perda, da doença, do inexplicável... É a noite às três horas da tarde. É a crise de fé: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?". É o medo da fragilidade humana diante de um diagnóstico. É a dor da fragilidade humana quando o corpo se quebra. É o silêncio que resta quando a voz, finalmente, se cala. Sexta-feira é o nó na garganta, é o fim da picada, é o fim da linha...


Leandro Vieira

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