Semprezei pela liberdade de ziguezaguear livre de qualquer compromisso com a coesão textual.

Pois bem. Numa manhã cinzenta entre 2007 e 2008, eu era eu mais um suburbano a enfrentar, no Rio de Janeiro, a rotina casa-kombi-metrô-faculdade-ônibus-estágio-metrô-kombi-casa, com meu fone sintonizado na JB FM, escutando "After all", uma das trilhas - e trilhos - de minha rotina.

Sonhava eu, ali, com a chance de mostrar minhas crônicas a Aldir Blanc, que, à época, escrevia para o Jornal do Brasil. Quem diria que, páginas mais tarde, ele me daria um prefácio de presente, no qual afirmaria que meus textos "terminam após uma curva (quase) impossível e entram no ângulo"?

Mocidade, os meus sonhos são tão reais.

 

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- Você, com essa barba aí, deve ser evangélico - disse-me, anos atrás, um senhorzinho meio boa-praça, meio enxerido, sentado no banco próximo à porta de embarque e desembarque do ônibus.

- Não. Sou macumbeiro.

- Tá amarrado em nome de Jesus!

- Axé!

 

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Calço meu mocassim de malandro e, no entanto, minha vontade é de tirá-lo e, enfim descalço, bainha dobrada até o meio da canela, fumar uns cigarrim de paia, bem brejeiro, e cantar umas modas de viola que falam alto no meu peito. Desde que Rolando Boldrin morreu, ando meio caboclado, ruminando a ração da estrada e, assim, tocando essa vida marvada, entre purificada e profanada.

 

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Sem modéstia nenhuma? (Cuidado com o ego, Bezerra. Ego é o meu egg.) Não sou, essencialmente, um cronista, mas, sim, um poeta que, por acaso, escreve crônica. De modo que esta minha condição me permite poetizar até uma orientação do Ministério da Saúde na TV. A propósito, a pasta adverte: inalar brisas outonais faz bem à nostalgia.

 

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- Eu moro no oito - informei a um amigo que foi ao condomínio, certa vez, fazer um serviço no bloco dez. Por instantes, eu me senti entre peralta e senil. Sem querer querendo...