Impasse na marcação de consulta agrava quadro de paciente - Jornal Fato
Saúde

Impasse na marcação de consulta agrava quadro de paciente

Segundo a família, Gilva Gomes de Aguiar aguarda há dois anos por consulta com neurologista


Gessy Gomes diz que espera por especialista no CRE de Cachoeiro agravou quadro clínico da mãe Gilva (E) - Divulgação - Arquivo FATO

Quem depende de consulta com especialista, sobretudo psiquiatra e neurologista no Centro Regional de Especialidades (CRE) precisa ter muita paciência. Gilva Gomes de Aguiar, de 80 anos sofre por isso. De acordo com a família, ela está há cerca de dois anos na fila por consulta com neurologista no CRE.

Apenas recentemente ela foi marcada, para a próxima terça-feira (29), mas, com o agravamento de sua situação, ela não deve ter condições para se deslocar até Vitória, local mais próximo encontrado para atendê-la ante a falta de especialistas em Cachoeiro e região.

No período Gilva Gomes já passou por dois clínicos gerais, na rede municipal de Saúde. O último deles constatou que há veia cerebral obstruída, após exame após mais aprofundado, custeado pela própria família. Porém encontra dificuldades financeiras para conseguir a consulta com o neurologista da mesma forma.

Enquanto aguarda, a paciente já começa a apresentar uma piora no quadro clínico. A filha dela, Gessy Gomes, relata que mãe, que era muito ativa, hoje já não fala e enfrenta graves problemas de locomoção. "Estamos muito preocupadas com a mamãe. Não podemos fazer nada sem a avaliação do neurologista para nos direcionar no tratamento".

 

Marcação

Segundo o coordenador do CRE, Francisco Alexandre, é responsabilidade das unidades de saúde inserir o paciente no sistema de regulação de vagas para que a consulta seja marcada, mas não consegue explicar como Gilva ainda não conseguiu ser atendida após dois anos, já que está inserida no sistema.

O diretor do CRE disse ainda que os pacientes que procuram o Centro Regional de Especialidade e não encontram especialista, são encaminhados a se consultarem com médicos de outros Centros, o mais próximo possível. "Geralmente, os pacientes são encaminhados para a Grande Vitória para não ficarem desassistidos", disse.

 

Falta

De acordo com o CRE, o neurologista que trabalhou durante o ano de 2018 no CRE, pediu exoneração em 3 de janeiro de 2019. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informa que abriu processo seletivo para contratação de novos especialistas, no entanto, não houve interesse de nenhum profissional. Agora, a Sesa estuda nova forma de contratação, por meio de processo seletivo, obedecendo os trâmites legais para que a população não fique desassistida.  

A Sesa informou que o responsável pela paciente precisa ir até a unidade buscar o encaminhamento e que as consultas são agendadas no Sistema de Regulação conforme indicação de urgência. Em relação a ela, a Sesa não detectou a atualização classificação do seu quadro clínico desde que ela foi inserida no sistema.

"É importante ressaltar que a nova gestão da saúde estadual está fazendo diagnóstico de toda a rede visando identificar os gargalos e assim melhorar o atendimento aos cidadãos capixabas que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS).", finaliza a assessoria de comunicação da SESA. 

Porém, nem a Sesa e nem o Município esclarecem por que Gilva não conseguiu a consulta antes. Algum ruído na comunicação, que ninguém consegue explicar. 

 

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